Mercado de aço da América Latina segue seu processo de normalização
Portal Fator Brasil -
Manufatura de produtos laminados aumentou 6% em comparação com o primeiro trimestre de 2020 de acordo com a Alacero
A manufatura de produtos laminados aumentou 6% em comparação com o primeiro trimestre de 2020, embora as importações representem 35% do mercado regional, de acordo com dados divulgados pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), no dia 21 de maio (sexta-feira).
O mercado de aço da América Latina segue seu processo de normalização em que, por um lado, a produção de aço laminado evolui favoravelmente diante da recuperação da demanda; e, por outro, as importações continuam representando um risco para a produção e o desempenho das empresas siderúrgicas.
O impulso da demanda de aço na região continua favorecendo a normalização da produção siderúrgica, em que o volume acumulado de aço laminado até março foi de 13,46 milhões de toneladas (Mt), 6% superior ao registrado no mesmo período de 2020, e 4,1% acima do nível do mesmo período de 2019.
Na comparação mensal, observa-se um aumento de 11,5% em relação a março de 2020 e de 13,1% a fevereiro de 2021, liderado pelo México (+33,1%). Os resultados foram os melhores desde abril de 2018, quando não havia pandemia. Os tubos sem costura se destacaram com um aumento de 24,2% da produção (96,7 mil t), seguidos pelos longos, com alta de 16,7% (2,45 Mt), e pelos planos, cuja produção cresceu 8,9% (2,16 Mt).
O consumo de produtos laminados, especialmente nos setores da construção e da manufatura das três principais economias latino-americanas (México, Brasil e Argentina), teve reflexo em aumentos de 2,7% e 13,2% em relação a 2019 e 2020, respectivamente, totalizando 5,58 Mt.
Em fevereiro, as importações registraram um aumento de 13,3% em comparação com o mesmo mês de 2020, mas tiveram uma queda de 7,4% em relação a janeiro passado; mesmo assim, continuaram representando 35% do consumo regional. O atual mês de maio poderia ser um possível ponto de retomada das importações, visando atingir os níveis de anos anteriores. A situação deve ser monitorada e acompanhada atentamente pelos governos para evitar que um crescimento repentino afete a produção regional.
No tocante às exportações, a região registrou uma redução devido à recuperação da demanda local. O número de fevereiro foi semelhante ao de janeiro (-0,5%) e 22,9% menor do que o de fevereiro de 2020. A balança comercial teve uma redução de 9,7% a respeito do mês anterior, com um saldo negativo de 1,4356 milhão de toneladas.
— É importante prestar atenção à recuperação dos níveis de produção local para abastecer a demanda, já que ela representa a forma mais rápida de normalizar a situação do mercado do aço. A expectativa é que a produção se manterá em uma trajetória positiva à medida que o consumo regional se consolidar e o déficit comercial estiver sob controle na segunda metade do ano— disse Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.
Por outro lado, as informações do Comitê do Aço da OCDE confirmam, mais uma vez, que se mantém o problema de excesso de capacidade de produção global de aço e que a América Latina não faz parte dessa problemática. De acordo com o comitê, — a capacidade mundial de produção de aço cru aumentou 38,1 Mt em 2020, ou 1,6%, apesar das condições de mercado extremamente fracas. Nos últimos dois anos, a capacidade global cresceu no total 74,2 Mt, com a Ásia e o Oriente Médio respondendo por quase todo esse aumento—.
Por último, existem grandes desafios para a reativação econômica contínua na América Latina. Entre os principais se encontram a implementação de plantas e projetos suspensos, o apoio econômico e financeiro para combater os efeitos da Covid-19, a redução das altas taxas de desemprego, o fortalecimento dos sistemas de saúde pública, o estímulo aos investimentos nacionais e estrangeiros, a estabilidade política e o respeito ao estado de direito. É importante que os países concentrem os seus esforços em superar estas questões para poderem consolidar a recuperação em processo.