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Fiat consolida liderança absoluta no ranking de vendas de veículos leves no mercado brasileiro

Montadora teve um aumento de de participação para 23%, enquanto Caoa Chery entrou pela primeira vez na lista das 10 marcas mais vendidas


PEDRO KUTNEY, AB

Em maio, os efeitos de paralisações de produção por falta de peças e estratégias corporativas seguiram promovendo grandes mudanças de posições no ranking de vendas de veículos leves no mercado brasileiro. Os números consolidados de emplacamentos divulgados na quarta-feira, 2, pela associação de concessionários, a Fenabrave, demonstram a consolidação da Fiat na liderança absoluta, com aumento de participação para 23%, enquanto Caoa Chery entrou pela primeira vez na lista das 10 marcas mais vendidas, não mão oposta da Ford, que despencou para fora do grupo, e da GM que segue perdendo market share e ficou com menos de 10% dos emplacamentos do mês.

Continua impressionante o desempenho da Fiat e das marcas do Grupo Stellantis em geral. Em maio a marca italiana emplacou 40,5 mil unidades e os três veículos mais vendidos do ranking nacional, com uma surpresa: o hatch Argo foi o líder pela primeira vez, seguido de perto pela picape Strada e (outra surpresa) o subcompacto Mobi nas segunda e terceira posições, respectivamente.

E na quarta colocação ficou um representante de outra marca do grupo, o Renegade, que junto com o Compass na oitava posição garantiu à Jeep o sexto lugar no ranking de marcas, com participação de 7,7% e 13,5 mil emplacamentos no total.

As vendas diretas (o faturamento direto ao consumidor) estão sustentando o forte desempenho da Fiat e Jeep. Em maio nada menos que 63% dos emplacamentos da Fiat foram por meio deste canal, onde lidera por larga margem os negócio com participação de 32,4%, muito à frente da segunda colocada Volkswagen, que teve 18,2% no mês passado.

Mas ninguém no mercado brasileiro vende mais por faturamento direto do que a Jeep, que em maio emplacou quase 80% de seus carro por venda direta, ficando na terceira posição deste canal, com participação de 13,6%, quase o dobro de seu market share geral.

Outra marca da Stellantis que teve desempenho acima da média em maio foi a Peugeot, que com 2.527 emplacamentos no mês cresceu 44,3% sobre abril e obteve a sua melhor participação de mercado desde 2014, com 1,4%, na 12ª posição do ranking nacional.

Destaque também para a Ram, que nunca vendeu tanto no País. Com apenas duas picapes de grande porte com preços acima dos R$ 400 mil, a marca emplacou 404 unidades em maio e foi a 22ª mais vendida no mês.

ASCENSÃO DA CAOA CHERY, DERROCADA DA FORD, TOMBO DA GM

Maio entrará para a história da sino-brasileira Caoa Chery, nascida no fim de 2017 da fusão em partes iguais do grupo brasileiro Caoa e da fabricante chinesa Chery. No mês passado, pela primeira vez a marca entrou no ranking das 10 mais vendidas do País, subindo à décima posição com 3,2 mil emplacamentos e 1,8% de participação de mercado.

A Caoa Chery vem ganhando tração nesse período de apenas três anos e meio com o lançamento de sete produtos (dois sedãs e cinco SUVs) – e nessa conta nem entrou ainda o mais recente deles, o Tiggo 3x, que foi lançado esta semana com a missão de ser o mais vendido da família e tende a empurrar a marca mais para cima no ranking.

É certo que a Caoa Chery também aproveitou algum espaço deixado no mercado pela Ford, que no começo deste ano desistiu de produzir no Brasil e acabou com sua linha de veículos mais baratos, o que fez a marca despencar mês-a-mês, caindo da quinta posição em dezembro de 2020 para a 11ª agora, com pouco mais de 3 mil unidades emplacadas em maio e apenas 1,7% de share. Atuando só com produtos importados, ao que tudo indica a Ford deve continuar em queda-livre e não regressa mais à lista das 10 mais.

Outra marca que vem deixando espaço para a concorrência é a Chevrolet, da General Motors, que após liderar o mercado brasileiro por cinco anos consecutivos começou a perder a briga no fim de 2020 para Fiat e Volkswagen. Este ano a situação piorou após a suspensão, desde março, da operação em Gravataí (RS) por falta de peças para produzir justamente os seus dois campeões de vendas, o hatch Onix e o sedã Onix Plus.

Sem produção, em maio o Onix desceu para a 13ª colocação do ranking de modelos mais vendidos e o Onix Plus caiu para a 16ª. O Chevrolet mais vendido do mês foi o SUV Tracker, mesmo assim na 11ª posição e com potencial de aprofundar sua queda este mês com a paralisação por seis semanas da fábrica de São Caetano do Sul (SP), onde o modelo é produzido. Com esses problemas, em 2021 a GM não só perdeu a liderança do mercado brasileiro para a Fiat como também foi ultrapassado pela Volkswagen na segunda posição.

Em maio a GM ficou na terceira posição do ranking de fabricantes com 17,3 mil veículos vendidos e registrou a pior participação de mercado de sua história no País, pela primeira vez abaixo de 10%, com 9,8%, ou cerca de apenas metade do porcentual dos últimos três anos. Com os grandes períodos de paralisação das fábricas brasileiras, será difícil para a GM reverter sua queda ainda este ano, mas ao contrário da Ford essa não é uma posição definitiva, pois a montadora ainda tem demanda por seus veículos e pode voltar a crescer após resolver seus problemas

VOLKSWAGEN SEGURA POSIÇÃO, HYUNDAI CRESCE

Com dois carros no ranking dos 10 mais vendidos em maio, Gol na sétima posição e T-Cross na nona, a Volkswagen conseguiu manter na vice-liderança do mercado, com quase 29 mil emplacamentos no mês e participação estável de 16,5%. Devido à falta de componentes, a paralisação por 10 dias das fábricas de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), justamente onde são produzidos os dois modelos mais bem vendidos da marca, poderá piorar o desempenho este mês.

Quem também teve bom desempenho em maio foi a Hyundai, que emplacou dois de seus modelos nacionais na lista dos 10 mais vendidos, com HB20 em quinto e Creta em sexto, o que garantiu a quarta colocação à marca coreana, que encostou na GM com 16,8 mil emplacamentos e 9,6% de participação de mercado.

Fiat consolida liderança absoluta no ranking de vendas de veículos leves no mercado brasileiro

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