Publicidade

Reciclagem veicular traz diminuição do volume de resíduos e dos elevados custos da destinação final

A proteção dos recursos não renováveis e também o adiamento do esgotamento das matérias-primas


Além da redução dos impactos provocados pelos resíduos no meio ambiente, a reciclagem veicular traz diminuição do volume de resíduos e dos elevados custos da destinação final, a proteção dos recursos não renováveis e também o adiamento do esgotamento das matérias-primas.

O Brasil possui a 6ª maior frota circulante de veículos do mundo, proporcionando conforto, comodidade, independência e agilidade aos motoristas e, movimentando a economia e gerando grande arrecadação de impostos. Por outro lado, os veículos são agentes de poluição, causando impactos ambientais não só com as emissões de gases na atmosfera, mas também com os resíduos líquidos e sólidos gerados durante o uso e ao final de sua vida útil. Entre os resíduos restam, óleo lubrificante usado contaminado (OLUC), filtros, fluido de arrefecimento, pneus, baterias, vidros, airbags, itens de borracha, plástico, componentes eletrônicos e espumas. E como exemplo de produto de impacto ambiental diretamente relacionado ao uso dos veículos, estão as embalagens do óleo lubrificante automotivo, que seguem legislações federais e estaduais específicas de logística reversa.

“Em relação aos veículos automotores, diversas peças podem ser recicladas. Cerca de 85% dos componentes do veículo podem ser reaproveitados, 10% reciclados e apenas 5% são descartáveis”, alertou Filipe Andrade, diretor de operações e sustentabilidade do Grupo SUPPLY SERVICE, no dia 10 de junho, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais. Segundo Andrade, há dois caminhos para os veículos ao fim de sua vida útil – a desmontagem, onde itens podem ser remanufaturados, reutilizados, gerando receita, ou a destruição, onde se reciclam alguns materiais que retornam como matéria-prima, mas com menor receita.

Durante a apresentação, Andrade destacou as vantagens da reciclagem veicular via desmontagem, entre elas, a minimização dos impactos provocados pelos resíduos no meio ambiente, redução do volume de resíduos e dos elevados custos da destinação final, proteção dos recursos não renováveis e adiamento do esgotamento das matérias-primas, intensificação do reaproveitamento de peças e descaracterização de peças inservíveis.

Citou também o passo a passo do processo de desmontagem: documentação, transferência para a empresa de desmontagem, descontaminação, desmontagem, separação e estocagem, remanufatura de peças e componentes, destinação ambientalmente adequada de resíduos e venda de peças que não sejam consideradas itens de segurança do veículo.

Sobre os desafios a serem enfrentados na reciclagem veicular, disse que, apesar da Lei de Crimes Ambientais, não há legislação adequada que traga punição à poluição provocada pelos veículos no final de vida útil. “Falta também legislação que incentive a cadeia de reciclagem veicular, há muita burocracia envolvida na liberação dos veículos para desmontagem e reutilização de peças e altos custos, especialmente na destinação dos resíduos que não têm valor econômico agregado ou sistema de logística reversa implantada”, concluiu o diretor de operações e sustentabilidade do Grupo SUPPLY SERVICE, que realiza a blendagem de resíduos, promovendo tratamento e destinação final ambientalmente adequada.

Presente no Abra Talks, Marco Antônio Simon, gestor de projetos da Abrafiltros, ressaltou a importância do tema no contexto ambiental: “Há componentes dos veículos que já possuem programas de logística reversa individualizados, como é o caso do programa Descarte Consciente Abrafiltros, que já reciclou mais de 21,4 milhões de filtros usados do óleo lubrificante automotivo desde julho de 2012, implantado atualmente nos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul”, explica Simon.

“A grande questão é que os programas de logística reversa estão direcionados para componentes que são alvo de troca pelo consumidor após o término da vida útil, o que difere da situação de veículos completos. Como abordado na palestra, há diversos pontos a considerar – legislação, custo do processo, viabilidade logística e econômica – sendo um tema que necessitará de entendimentos e novas legislações governamentais nas esferas federais, estaduais e municipais para que esses resíduos venham efetivamente, a ser incorporados nos programas de logística reversa”, ressalta Simon. “Independente desses fatores, é um fato que gera um importante passivo ambiental e o Abra Talks cumpre o papel de trazer o assunto para discussão. Em nome do presidente João Moura, Diretoria e associados, parabenizamos o sr. Filipe Andrade pelos conhecimentos compartilhados, essenciais para ampliar a conscientização sobre a reciclagem veicular”.

O “Abra Talks” iniciou com a apresentação de Mateus Sepinho, graduando em Engenharia Ambiental pela UNICAMP, com o tema “Redução da Pegada de Carbono em Sistemas de Filtração Industrial”. Em seguida, Daylane Andrade, diretora técnica da Lar Ambiental, falou sobre “Licenciamento Ambiental” e Andrade finalizou com o assunto “Reciclagem Veicular”.

O próximo Abratalks acontece no dia 13 de julho (terça-feira) e vai abordar os filtros para ambientes controlados, Zeólita e Mídias Granulares aplicadas no tratamento de águas e efluentes e adesivos para filtros automotivos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do link: https://forms.gle/k5Eom1QfTAAqFwiYA.

Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.

Publicidade