Mês de junho foi o melhor em 2021 para os automóveis e comerciais leves usados

No semestre os negócios já somam 5,4 milhões de autos e comerciais leves, alta de 62,9%


MÁRIO CURCIO, PARA AB

O mês de junho foi o melhor em 2021 para os automóveis e comerciais leves usados. Durante o período foram negociadas 993,2 mil unidades, 1,7% a mais que em maio, que também teve 21 dias úteis. No acumulado do ano, 5,4 milhões de veículos de segunda mão trocaram de dono, um acréscimo de 62,9% sobre iguais meses do ano passado.

Os números foram divulgados na segunda-feira, 5, pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionários. As paralisações de montadoras e consequente falta de veículos zero-quilômetro continuam levando o consumidor a recorrer ao mercado de usados.

Segundo a Fenabrave, a cada automóvel novo emplacado em junho foram negociados 6,3 usados, o mais alto índice em todo o ano. Os comerciais leves somaram no primeiro semestre mais de 800 mil trocas de titularidade e o maior crescimento (70,3%) do setor de veículos na comparação com a primeira metade de 2020.

CAMINHÕES USADOS OBTÊM ALTA DE QUASE 70%

Os caminhões usados praticamente repetiram em junho o resultado de maio ao alcançar 37 mil unidades negociadas. A cada zero-quilômetro entregue foram vendidos 3,3 usados. O acumulado do ano teve 197,8 mil transações, 69% a mais que no primeiro semestre do ano passado. As renovações de frota de todos os segmentos, de semileves a pesados, motivou esse crescimento.

Os resultados da Fenabrave apontam também a venda 3,4 mil ônibus em junho. O volume foi 5,2% menor que o de maio e o acumulado do ano traz 18,9 mil transações, revelando alta de 36,4%. Assim como ocorreu para os ônibus zero-quilômetro, os usados também tiveram a pior recuperação nesta primeira metade do ano na comparação com outros tipos de veículo.

EM 6 MESES, 1,6 MILHÃO DE MOTOS USADAS

Os números divulgados pela Fenabrave indicam que 285,4 mil motos usadas trocaram de mãos em junho, apenas 1,7% a menos que em maio. A cada moto nova entregue no mês foram negociadas 2,7 usadas. O acumulado do ano teve 1,6 milhão de unidades. Esse volume é 65,4% mais alto que o anotado na primeira metade de 2020. O crescimento do setor é explicado pelo aumento dos serviços de entrega, que também beneficiou as transações de comerciais leves e caminhões durante a primeira metade do ano.

ICMS IMPACTA VENDAS EM SÃO PAULO

A alta de 207% sobre o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas transações de veículos usados no Estado de São Paulo teria reduzido em 6% as vendas do setor em fevereiro ante janeiro e naquele começo de ano os lojistas acreditavam que a situação se agravaria nos meses seguintes, estimando retração de 30%.

Embora sem dados consolidados, o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, confirmou na sexta-feira, 2, essa retração nas vendas de usados no Estado de São Paulo, mas recordou que o aumento da procura por seminovos em razão da falta de carros novos acabou atenuando o impacto da nova tributação.

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