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Abeifa registra crescimento nos volumes vendidos no primeiro semestre

Associados com operação de montagem no País têm forte expansão de 80%


PEDRO KUTNEY, AB

Ainda sob impacto da pandemia, preços muito elevados pelo dólar acima dos R$ 5 e falta de alguns produtos para entregar como efeito da escassez global de semicondutores, os importadores de veículos associados à Abeifa registraram crescimento nos volumes vendidos de menos da metade da média do mercado brasileiro no primeiro semestre, que foi de 32%. As 13 marcas de carros importados filiadas à entidade somaram 13.182 emplacamentos, equivalente a expansão de quase 15% em comparação com o mesmo período de 2020.

Já as quatro associadas da Abeifa que montam veículos no País tiveram crescimento expressivo de 80% no semestre, muito acima da média do mercado, mas com baixo volume 21.308 emplacamentos, 72% deles da Caoa Chery, que registrou alta nas vendas de 107% no período com todos os sete carros que vende no País produzidos em suas duas fábricas, em Jacareí (SP) e Anápolis (GO). A BMW representa outros 22% do resultado nacional da Abeifa, com alta de 51% nos emplacamentos dos quatro modelos montados em Araquari (SC).

Com isso, na média entre nacionais e importados a Abeifa registrou alta de 48% nas vendas semestrais dos associados, com o emplacamento de 34,5 mil carros no total. João Oliveira, presidente da entidade, considera o resultado positivo diante das adversidades do mercado.

“Podemos afirmar que os resultados obtidos pelas associadas da Abeifa no primeiro semestre do ano foram marcantes, diante ainda do quadro de pandemia, dólar e euro elevados e falta de alguns modelos por conta do desabastecimento de componentes”, resume João Oliveira.

Com avanço na vacinação contra a Covid-19 e alguma estabilização do câmbio, os associados da entidade já observaram resultados melhores que a média do mercado em junho, com 6.961 unidades emplacadas no mês (2.654 importadas e 4.307 nacionais), o que representou crescimento das vendas de 5,2% sobre maio, enquanto no mesmo período os emplacamentos totais de veículos leves no País recuou 3,3%. Comparado a junho de 2020, o aumento dos negócios dos sócios da Abeifa é de 48,3%, contra 38% do mercado total.

As vendas de 2.654 carros importados significaram elevação de 17,2% em comparação a maio, enquanto os emplacamentos de 4.307 unidades produzidas no País resultaram em leve recuo de 1% sobre o mês anterior.

PROJEÇÕES MANTIDAS E OTIMISMO PARA O SEGUNDO SEMESTRE

Com os resultados fechados do primeiro semestre, a Abeifa manteve suas projeções para o ano todo, com previsão de alta de 15% sobre 2020 nas vendas totais das associadas, calculadas em 68 mil unidades. A entidade projeta alta de 9,7% nos emplacamentos dos importados (30 mil) e de 20% nos veículos montados no País (38 mil).

“O segundo semestre costuma sempre ser melhor que o primeiro e temos boas notícias no campo econômico, com estabilização do câmbio, avanço mais rápido da vacinação com consequente aumento da confiança do consumidor que ainda está um pouco retraído pela pandemia. Por isso temos expectativa de excelentes resultados para nossas associadas”, prevê Oliveira. “Mas o freio pode ser a falta de produtos. Por mais que tenhamos mercado maior, a produção pode não acompanhar o crescimento da demanda por falta de insumos”, pondera.

O presidente da Abeifa também espera por boas notícias para os importadores de veículos nas negociações este ano e torno da redução da TEC (Tarifa Externa Comum) dos países integrantes do Mercosul. A expectativa é que seja atendido o antigo pleito da entidade para reduzir o imposto de importação aplicado a carros de 35% para 20%. “Vemos que Brasil e Uruguai apoiam essa redução para incentivar o aumento do comércio exterior. Esperamos por uma boa notícia em breve”, afirma Oliveira.

PARTICIPAÇÃO CRESCENTE EM ELÉTRICOS E HÍBRIDOS

Embora as vendas de elétricos e híbridos ainda sejam pequenas no mercado brasileiro, o presidente da Abeifa destacou que o segmento está crescendo e os associados têm grande participação nisso, dominando 40% dos emplacamentos de modelos eletrificados no primeiro semestre, contra 23,4% um ano antes – porcentuais muito superiores à representatividade da associação no total de veículos vendidos, de apenas 3,4% nos seis primeiros meses de 2021.

Para manter o bom desempenho, Oliveira considera ser essencial a manutenção de carros eletrificados importados na Letec (Lista de Exceções da Tarifa Externa Comum do Mercosul) – que assegura isenção de imposto de importação para modelos 100% elétricos, e redução da alíquota para os híbridos para 0%, 2%, 4%, 5% ou 7%, dependendo da motorização, eficiência energética e agregação de valor local com inclusão de serviços e componentes nacionais. A legislação atual prevê a aplicação dessas tarifas até 31 de dezembro.

“Estamos confiantes que o governo vá manter a Letec nesses mesmos níveis nos próximos anos, porque isso é essencial para a venda de veículos elétricos e híbridos no País, que teriam preços inviáveis com aplicação do imposto normal (de 35%)”, avalia Oliveira. “Precisamos incentivar a eletrificação, que beneficia não só os compradores desses carros, como também qualquer um que respire. Quando tivermos um mercado maior, podemos ter produção nacional e uma tributação mais adequada”, defende.

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