Fabricantes de caminhões do Brasil conseguem registrar altas nas vendas no primeiro semestre do ano

Todas as fabricantes registram crescimento robusto em 2021


PEDRO KUTNEY, AB

Também afetadas pela falta de insumos para produzir, todas as fabricantes de caminhões em operação no Brasil conseguiram registrar altas robustas das vendas no primeiro semestre do ano. Entre as sete marcas que venderam acima de mil unidades no período, os porcentuais variam de 115% a 35% de aumento nos emplacamentos na comparação com o mesmo período de 2020, sendo que cinco registraram expansão abaixo da média do mercado, que foi de 55% com 58,7 mil veículos vendidos, o melhor resultado semestral do segmento desde 2014. A Scania liderou o crescimento e a Volkswagen/MAN ficou no topo do ranking.

Enfrentando menos problemas para produzir até o momento, a Scania virou o jogo este ano com o desempenho meteórico de sua nova geração de caminhões lançada em 2019. Após registrar volumes baixos em 2020, no primeiro semestre de 2021 a fabricante dobrou o número de unidades vendidas com o emplacamento de 7,8 mil caminhões, o que representou crescimento de 115% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, a maior alta porcentual do segmento, que trouxe também o maior ganho de participação entre todas as marcas, 3,7 pontos porcentuais, fechando o período com 9,6%.

Apesar do crescimento exponencial, a Scania só participa do mercado com modelos pesados, assim ficou estabilizada no quarto lugar do ranking das marcas de caminhões mais vendidas do País, logo atrás da rival Volvo, que além dos pesados também tem veículos semipesados e conseguiu se segurar na terceira posição da lista. A Volvo emplacou 9,4 mil unidades, em alta de 35,4% sobre o mesmo semestre de 2020, mas registrou a maior perda de participação entre todos os concorrentes, descendo a 16%, porcentual 2,3 ponto abaixo do registrado há um ano.

Sem alteração de um ano para outro, no topo do ranking semestral figura a VW/MAN com seus veículos fabricados em Resende (RJ) pela Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), que em 2020 após o lançamento da linha Meteor entrou com mais força no segmento de pesados, atualmente o maior e mais rentável com 52% das vendas. Ao mesmo tempo, a VW manteve sua liderança entre os modelos médios e semipesados com as famílias Delivery e Constellation. Emplacou no total 18,2 mil unidades, o que significou crescimento de 52,6% sobre o primeiro semestre de 2020, com domínio de quase um terço do mercado brasileiro de caminhões, fechando seis meses com participação de 31%, meio ponto porcentual abaixo de um ano antes.

No semestre a Mercedes-Benz segue na vice-liderança do mercado de caminhões, colada atrás da VW com 17,2 mil unidades vendidas, em alta de 48%, pouco abaixo da média do mercado (52%), o que resultou em perda de 1,4 ponto de participação, declinando para 29,4%. A liderança da marca nos segmentos de modelos semileves e leves não foi suficiente para compensar vendas menores nas faixas de mercado que mais crescem no País, especialmente na concorrência dos pesados, onde o bom desempenho do novo Actros, por poucas unidades, ficou atrás de Volvo e Scania no período.

A Iveco manteve no primeiro semestre o forte embalo do ano passado, mantendo a quinta colocação no ranking. Em seis meses 3,5 mil caminhões da marca, de todas as categorias, foram emplacados no País, o que representou forte crescimento de 94% sobre o mesmo período de 2020, o segundo maior entre as marcas que venderam mais de mil unidades. Com isso, a Iveco conquistou mais 1,2 ponto de participação, agora tem quase 6% das vendas.

A DAF, também focada nos segmentos de pesados e semipesados com apenas dois modelos produzidos em Ponta Grossa (PR), vem mantendo bom desempenho com crescimento ano a ano. No primeiro semestre, vendeu 1,7 mil caminhões, em alta de 49% na comparação com os primeiros seis meses de 2020, o que garantiu a sexta posição do ranking com participação de 4,4%, praticamente igual ao ano anterior.

Fechando a lista das marcas de caminhões que venderam mais de mil unidades no primeiro semestre, aparece a Ram, que participa deste mercado com a picape de grande porte 2500, tão grande que no Brasil é classificada como um caminhão semileves. Importada do México, a Ram 2500 teve 1.088 emplacamentos registrados nos últimos seis meses, o que significou crescimento de 35,5% sobre o mesmo período de 2020 e participação de 1,8% no mercado nacional de caminhões, estável em relação ao porcentual observado há um ano.

Uma curiosidade do ranking é a Ford, que apesar de ter fechado sua fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) em 2019, ainda figura na nona posição do ranking do segmento, com 70 emplacamentos no semestre de algumas das últimas unidades que estavam encalhadas em estoque. São provavelmente as últimas entregas. Até o fim de 2021 a marca deve sumir do ranking com volumes residuais de emplacamentos.

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