Veículos usados foram os que registraram maiores altas nos preços no primeiro semestre deste ano
Automotive Business -
Estudo da KBB Brasil mostra ainda que os modelos novos também tiveram alta superior à inflação neste ano, que foi de 3,5% no período
REDAÇÃO AB
Levantamento realizado pela KBB Brasil, empresa especializada em pesquisa de preços de veículos novos e usados no País, mostra que os veículos usados – que possuem de quatro a dez anos de uso – foram os que registraram maiores altas nos preços no primeiro semestre deste ano, com 13,04% de aumento médio acumulado. Isso representa quase quatro vezes mais que a inflação no período, que foi de 3,5%, de acordo com o IPC da Fipe.
A pesquisa indicou ainda que dentro desse segmento, os modelos mais velhos (2011) foram os que apresentaram maior alta, de 15%, seguidos pelos produzidos em 2012, com 13,8% de aumento. Mas, de qualquer forma, todos os veículos usados analisados apresentaram reajustes acima de 10% no período.
O cenário de valorização dos veículos usados é confirmado com os números percebidos no mercado de seminovos (modelos com até três anos de uso), que apresentou variação acumulada de 9,75% nos seis primeiros meses do ano, de acordo com a KBB Brasil. Os exemplares de ano/modelo 2018 foram os que registraram maior índice de aumento, com 12,2%.
A elevação dos preços dos veículos usados reflete o aquecimento do mercado. De acordo com a Fenauto, entidade que reúne os revendedores de automóveis do País, o primeiro semestre deste ano registrou média de vendas diária de 59.037 negociações (incluindo motocicletas e pesados), o que representa aumento de 7,8% sobre as 54.768 transações do mesmo período de 2019 – antes, portanto, da pandemia. Já foram negociados mais de 5,4 milhões de veículos usados (carros de passeio e comerciais leves) no período de janeiro a junho deste ano.
O estudo da KBB Brasil mostra que também houve aumento no segmento dos carros novos, sendo de 4,3% no acumulado entre janeiro e junho deste ano. Chama a atenção, aliás, a influência dos veículos que ainda estão sendo produzidos pelas montadoras, já que os modelos 2022 apresentam aumento significativo, de 7,5%, o que demonstra como os custos de produção impactam o preço dos carros novos no mercado. Já o preço dos veículos ano/modelo 2021, assim como os dos 2020 e 2019, apresentaram estabilidade no período.
A partir de junho, esse equilíbrio dos preços passou a refletir a menor procura por carros novos – provocada principalmente pelos problemas na produção, por conta da falta de insumos – que resultou na queda de 3,3% nas vendas do mês, segundo a Fenabrave. Outra observação importante é que todas as categorias analisadas pelo estudo da KBB Brasil registraram aumento de preços muito acima da inflação do período.