Na manhã de 15/07, virtualmente, foi realizada a reunião sobre as vantagens competitivas da adesão à campanha ‘Race to Zero’, na qual foram apresentadas as possibilidades de redução de emissões de CO2, por meio do programa da ONU, além de ouvir o setor privado sobre os desafios e possibilidades que podem ser decorrentes da adesão do Estado de São Paulo.

A diretora-presidente, abordando o Acordo Ambiental São Paulo, afirmou que ele tem “trazido produtos e resultados bastante práticos para o Estado”. O Acordo é uma ação pioneira de um governo subnacional, lançado com 55 aderentes em 2019, e que conta hoje com 212, entre entidades empresariais, municípios e associações que representam centenas de empresas.

Ao integrar o Acordo, a entidade ou empresa informa voluntariamente suas emissões, a metodologia utilizada para mensurá-las e o cronograma de metas para diminuir a geração de GEE. A definição do cronograma é feita pela própria empresa ou entidade, com a possibilidade de obter orientação técnica da CETESB que, em 2020, de forma pioneira, instalou a Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas, agregando 20 integrantes do Acordo Ambiental SP.

Entre os resultados que o Acordo Ambiental produziu, podem ser citados como exemplos: a publicação da Nota Técnica 01 sobre ‘Quantificação e Relato de Emissões de Gases de Efeito Estufa’ e a apresentação de cerca de 50 cases pelos entes do Acordo, para lançamento durante os eventos paralelos a serem realizados durante o período da COP 26, em Glasgow’.

Segundo a dirigente da CETESB, “os cases demonstram aquilo que as empresas já estão fazendo e contribuem com os aderentes que ainda precisam avançar. São 20 organizações do Acordo trabalhando em cases, que estão sendo avaliados e sairão numa publicação coordenada pela CETESB, como exemplos de redução de gases de efeito estufa”.

Nas palavras da diretora, “cuida-se de ação prática. Os cases de sucesso mostram que podemos avançar para que o país atenda aos compromissos firmados no Acordo de Paris”.

Patrícia Iglecias ressaltou que outra ação prática é a adesão à campanha “Race to Zero”. A Ideia é que a empresa possa ampliar a sua atuação para toda sua cadeia – diminuindo as emissões não só da própria empresa, mas dos seus fornecedores e dos seus clientes. “Essa é uma tarefa desafiadora e urgente. A agenda ESG – ambiental, social e de governança corporativa significa eficiência na atividade econômica e agrega muito às empresas. Nesse sentido, é relevante que o Estado atue junto com o setor privado, incentivando a adesão ao “Race do Zero””.

“O setor privado faz o avanço deste Estado e assim, trabalhando juntos, vamos avançar em prol da agenda do clima” conclui a presidente.

Gustavo Junqueira, presidente da InvestSP, afirmou que “quando se fala da campanha “Race to Zero” se fala também em agenda ESG e não apenas em zerar o carbono. É preciso se pensar em construir uma nova matriz na nossa sociedade”.

Ressaltou ainda que “os governos precisam e devem ser o fator de indução e de apoio para condução das empresas à adaptação de seus negócios, considerando os três aspectos da agenda ESG – meio ambiente, social e governança. A missão da InvestSP, de atrair investimentos e competividade para as empresas do Estado, se encaixa exatamente nessa discussão”.

Eduardo Trani, subsecretário de Meio Ambiente, comentou que “São Paulo está promovendo o Plano de Ação Climática, mostrando metas de médio e longo prazos, metas para 2030, 2040 e 2050. Esse Plano contém diretrizes e ações estratégicas, que se guiam e se espelham em resultados de descarbonização”. Trani ainda acrescentou que o Plano traz cinco áreas e temas estratégicos: Energias renováveis e combustíveis avançados; Agricultura de baixo carbono, restauração florestal e a bioeconomia; Controle da poluição, qualidade do ar e transportes sustentáveis; Segurança hídrica e saneamento ambiental; e Municípios resilientes, cidades sustentáveis e inteligentes.

A reunião ainda apresentou comentários do presidente-executivo da ABIQUIM, Ciro Marino, do presidente da UNICA e da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas, Evandro Gussi, da representante da Magazine Luiza, Aletea Madacki, da representante da Braskem, Marina Rossi, todos aderentes ao Acordo São Paulo e entusiastas da campanha “Race to Zero”.
Também foram feitos dois importantes anúncios de adesão ao Acordo Ambiental SP, da Magazine Luiza e da EMAE.
A reunião foi mediada por Pedro Ranciaro, da InvestSP e contou com cerca de 100 participantes.

Sobre a campanha

“Race To Zero” é uma campanha global da ONU para reunir liderança e apoio de empresas, cidades, regiões, investidores para uma recuperação saudável, resiliente e zero de carbono que evite ameaças futuras, crie empregos decentes e desbloqueie um crescimento inclusivo e sustentável.

Ela mobiliza uma coalizão de iniciativas líderes, representando 733 cidades, 31 regiões, 3.067 empresas, 173 dos maiores investidores e 622 instituições de ensino superior. Esses atores da ‘economia real’ se juntam a 120 países na maior aliança de todos os tempos comprometida em alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050, o mais tardar. Coletivamente, esses atores cobrem agora quase 25% das emissões globais de CO2 e mais de 50% do PIB.

O objetivo é criar impulso em torno da mudança para uma economia descarbonizada antes da COP26, onde os governos devem fortalecer suas contribuições para o Acordo de Paris. Isso enviará aos governos um sinal retumbante de que empresas, cidades, regiões e investidores estão unidos para cumprir as metas de Paris e criar uma economia mais inclusiva e resiliente.

Fonte: https://unfccc.int/climate-action/race-to-zero-campaign

Texto/Printes: Cris Leite