Banco Mercedes-Benz pretende quebrar o recorde de novos contratos de crédito para comemorar seus 25 anos de atividades
Automotive Business -
Novos negócios da instituição cresceram 9% no primeiro semestre, para R$ 2,3 bilhões
PEDRO KUTNEY, AB
Impulsionado pelo aquecimento do mercado de caminhões, o Banco Mercedes-Benz (BMB) espera quebrar o recorde de novos contratos de crédito para comemorar seus 25 anos de atividades no País. No primeiro semestre a instituição somou R$ 2,3 bilhões em financiamentos concedidos, em crescimento de 9% sobre o mesmo período de 2020, e a estimativa é chegar perto do R$ 6 bilhões até o fim de 2021, com avanço robusto de 25% sobre os R$ 4,8 bilhões de 2020 e superando o pico de R$ 5,6 bilhões de 2019. Com isso, a carteira segue de contratos ativos segue em expansão, oscilou cerca de R$ 1 bilhão em seis meses, em alta de quase 8% entre o fim de dezembro e junho passado, passando de R$ 12,8 bilhões a R$ 13,8 bilhões, o maior nível da história do BMB.
Quase todo o crescimento está lastreado por novos financiamentos de caminhões, que representam 61% dos negócios do BMB este ano e saltaram quase 32% na comparação com o primeiro semestre de 2020, somando R$ 1,4 bilhão em contratos de janeiro a junho passados. “Nossa carteira quase sempre esteve dividida em partes iguais em financiamentos de caminhões e ônibus, mas com a pandemia o segmento de passageiros ainda enfrenta desafios, por isso os veículos de carga aumentaram sua fatia para 55% dos contratos”, explica o diretor de comercial Diego Marin.
O mesmo problema afeta o negócio de vans de passageiros. Por isso, segundo Marin, embora as vendas da linha Sprinter da Mercedes de furgões e chassi-cabine tenham aumentado, as concessões de crédito do BMB de R$ 123 milhões para o segmento representaram recuo 20% nos últimos seis meses comparados ao ano passado, mas têm pouca representatividade na carteira total do banco.
“Como no segundo semestre as vendas de caminhões costumam ser mais altas que no primeiro e este mercado está bastante aquecido, estou confiante que poderemos superar nosso recorde de 2019 e alcançar mais de R$ 6 bilhões em novos financiamentos”, avalia Marin. “Contudo, é sempre difícil fazer projeções, porque ainda existem muitas instabilidades, a falta de insumos afeta a produção e pode reduzir as vendas”, pondera.
O diretor acrescenta ainda que a alta dos juros ainda não está afetando os negócios. Segundo ele, as taxas de inadimplência e de aprovação de novos contratos voltaram aos mesmos níveis pré-pandemia. O BMB lidera os financiamentos de caminhões e ônibus Mercedes-Benz e vem criando novos planos mais flexíveis de crédito direto ao consumidor (CDC) para atender as necessidades dos transportadores, como parcelas menores e um pagamento balão no fim do contrato, ou com mensalidades decrescentes similares à linha Finame do BNDES. “Com isso oferecemos mais alternativas e atingimos um maior número de clientes”, afirma.
NOVA PRESIDENTE
O Banco Mercedes-Benz completa 25 anos com a primeira mulher na presidência em sua história, Hilke Janssen, que em março passado assumiu o comando da instituição no Brasil após passar 10 anos na Ásia em posições executivas do braço financeiro do Grupo Daimler na Índia, Malásia e mais recentemente na Coreia do Sul.
Há quase cinco meses trabalhando em seu apartamento em São Paulo, Hilke afirma que ainda não conseguiu conhecer tão bem o País ou identificar todos os desafios que terá, mas destaca que foi uma escolha pessoal vir para cá, sempre se adaptou bem a todos os lugares em que viveu. Por enquanto, disse que conheceu uma equipe on-line com competência para fazer o BMB crescer com sustentabilidade.
Até o fim deste ano, a divisão de serviços financeiros e mobilidade do Grupo Daimler, do qual faz parte o Banco Mercedes-Benz, será divindade em duas para acompanhar a separação da companhia em uma unidade independente dedicada a caminhões e ônibus e outra a carros e vans. Mas no Brasil, adianta Hilke, a configuração não vai mudar e o BMB seguirá fornecendo serviços financeiros tanto para a venda dos veículos comerciais pesados Mercedes como para automóveis e vans da marca – que representam apenas uma pequena porção da carteira e não justificam a criação de um novo banco.
“A separação do Grupo Daimler [em duas divisões independentes de negócios] vai nos ajudar a dedicar mais foco às necessidades dos clientes. Os serviços financeiros também serão divididos entre as duas empresas, mas no Brasil vamos continuar atendendo os dois segmentos (veículos pesados e leves), esta é a melhor configuração para o País. Mas precisamos continuar a realizar mudanças, ampliar as iniciativas de digitalização, oferecer novos serviços e soluções. Em 2021 vamos redobrar os esforços para manter o crescimento rentável e sustentável dos negócios”, afirma Hilke Janssen.
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