Dunlop e Falken fazem um novo investimento de R$ 1,06 bilhão

Empresa completa 10 anos no Brasil, vai dobrar capacidade de modelos para veículos pesados e aumentar 28% produção para automóveis


PEDRO KUTNEY, AB

Trabalhando em capacidade máxima e passando por ampliações constantes desde que foi inaugurada em 2013, a fábrica brasileira de pneus Dunlop e Falken do grupo japonês Sumitomo Rubber vai fazer um novo investimento de R$ 1,06 bilhão, conforme anunciou a empresa na terça-feira, 27. Com isso, mais 300 pessoas deverão se somar ao quadro atual de 1,6 mil empregados da planta localizada em Fazenda Rio Grande, região metropolitana da capital paranaense Curitiba, que até 2024 deverá aumentar em 28% a produção de pneus para automóveis e mais que dobrar a fabricação de modelos destinados a caminhões e ônibus.

“Acreditamos muito no potencial do mercado brasileiro e esperamos com o novo investimento consolidar ainda mais as nossas marcas junto ao consumidor brasileiro, oferecendo produtos que são referência em segurança e tecnologia”, declarou Yoshinori Wakitani, presidente da Sumitomo Rubber do Brasil.

A Sumitomo está completando 10 anos de operação no Brasil com 34 milhões de pneus produzidos no País e investimentos que somam R$ 1,6 bilhão ao longo da última década – valor que aumentará para mais de R$ 2,6 bilhões até 2025, quando espera completar o ciclo atual de ampliações, modernizações e incorporação de novas tecnologias de produção e de produtos. “Não é só aumento de produção, também vamos investir em tecnologia, principalmente nos compostos que reduzem resistência ao rolamento para redução de consumo de combustível, pois é algo que também mexe com todos os processos da fábrica”, explica Rodrigo Alonso, diretor de vendas e marketing da Dunlop.

CRESCIMENTO CONSTANTE

A fábrica de Fazenda Rio Grande opera no topo de sua capacidade, em três turnos, 24 horas por dia, sete dias por semana, fazendo 18 mil unidades por dia para automóveis, volume que deverá subir para 23 mil/dia com os investimentos até 2024. No caso de pneus de carga, a produção chega hoje a mil/dia e a previsão é mais que dobrar o volume para 2,2 mil/dia até 2025.

Em 2013, a fábrica foi inaugurada com investimento inicial de R$ 750 milhões e capacidade de apenas 2 mil pneus/dia para automóveis, cadência que avançou rapidamente para 8 mil e 15 mil nos dois anos seguintes, quando a empresa decidiu investir cerca de R$ 500 milhões na primeira ampliação da linha, que em 2019 atingiu o topo do potencial atual de 18 mil/dia. Após aportes de R$ 153 milhões, os pneus para veículos pesados começaram a ser produzidos no Paraná em 2019, ao ritmo de 500/dia, e já no ano passado chegou ao máximo de mil, antes do previsto e apesar do impacto da pandemia de coronavírus.

“Até agora conseguimos manter a produção em ritmo alto apesar dos problemas trazidos pela pandemia. Não existem sobras de insumos no mundo hoje, mas não tivemos falta para produzir. Contudo, ficou mais caro. Como o Brasil não tem produção suficiente e borracha natural, precisamos importar e lidar com alguns atrasos de navios”, conta Alonso. Segundo ele, a produção nacional da Dunlop atende quase todas as vendas de pneus para automóveis, menos de 2% são modelos importados. As importações de pneus de carga são maiores, perto 20% das unidades vendidas vêm principalmente no Japão.

A empresa vem investindo fortemente em aumentar a produção para abastecer o mercado nacional, primeiro com o fornecimento para reposição em mais de 300 pontos de venda no País (número que deve subir a 350 até o fim de 2021), hoje responsável por 80% das vendas. Os fabricantes de veículos compram os outros 20% da produção. “Negociamos com outros clientes, mas os dois mercados devem crescer junto com a nossa produção, por isso essa proporção 80/20 deve ser mantida nos próximos anos”, avalia Alonso.

Atualmente automóveis brasileiros da Volkswagen, Toyota e Fiat saem de fábrica calçados com pneus Dunlop ou Falken (marca focada em off-road), bem como modelos pesados da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), Iveco e Marcopolo.

Segundo o diretor, as exportações a partir do Brasil têm volumes marginais, poucas unidades de reposição são embarcadas aos vizinhos Argentina, Uruguai e Colômbia. “A prioridade dos nossos investimentos no momento é para atender o mercado brasileiro”, informa Alonso, acrescentando que os processos de ampliação e contratações que envolvem o programa de R$ 1 bilhão devem começar gradualmente já em 2022.
 

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