Grupo Volkswagen registra novo recorde mesmo com todos os problemas enfrentados
Automotive Business -
Alerta foi feito durante divulgação do balanço da montadora alemã, que registrou a maior participação da América Latina
REDAÇÃO AB
O grupo Volkswagen publicou na quinta-feira, 20, seu balanço do primeiro semestre deste ano, o qual mostra que a empresa registrou novo recorde no período, mesmo com todos os problemas enfrentados. O lucro operacional (antes de itens especiais) foi de € 11,4 bilhões, bem acima do recorde anterior, de € 10 bilhões registrado em 2019, ou seja, antes da pandemia. Segundo a empresa, boa parte desse resultado se deve ao aumento da demanda pelos modelos luxuosos – e rentáveis – das marcas Audi e Porsche. Vale lembrar que, por conta das limitações provocadas pela Covid-19, as montadoras optaram por priorizar a produção de seus modelos de maior valor agregado (mais caros e que garantem maior lucratividade).
Assim, Audi e Porsche conseguiram registrar novos recordes de entregas nos seis primeiros meses deste ano, com retorno operacional de dois dígitos sobre as vendas, de 10,7% e 17,6%, respectivamente. A divisão de Serviços Financeiros da VW também apresentou bom desempenho, mais do que dobrando seu resultado operacional para € 2,3 bilhões em um ano.
Baseada nesse resultado, o grupo VW refez suas projeções e agora espera que o retorno operacional ajustado sobre as vendas cresça para um resultado entre 6% e 7,5% (é a segunda vez no ano que a empresa aumenta sua perspectiva). A previsão anterior era avançar entre 5,5% e 7%.
“O desempenho financeiro do grupo Volkswagen na primeira metade do ano prova a robustez da nossa empresa; nosso retorno operacional sobre as vendas após seis meses foi de 8,8%”, afirmou Arno Antlitz, responsável pelas finanças da empresa. “Em particular, o segundo trimestre foi excepcionalmente forte; nosso fluxo de caixa líquido de € 10,2 bilhões também é um resultado sólido e foi alcançado apesar de nossos consideráveis investimentos futuros”, acrescentou.
CRESCIMENTO NA AMÉRICA LATINA
Os resultados na América Latina também bateram um recorde: a região alcançou no primeiro semestre 4,72% de participação de mercado, a maior marca da história para esse período. Também houve um aumento nas vendas de 265%, com um total de 21.958 unidades em 2021, e um crescimento de 210% na produção de veículos para a região, que somou 26.901 unidades.
"A América Latina é um mercado com grande potencial de crescimento, fundamental para a estratégia regional do Grupo Volkswagen. Esses resultados positivos que vemos hoje são sustentados por lançamentos locais, como Nivus, T-Cross e recentemente Taos, modelos desenvolvidos 100% por e para a região que aprofundam a ofensiva do SUV da marca globalmente. Além disso, ter apresentado o e-up! no Uruguai é um marco fundamental para a estratégia de eletrificação da região", disse Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina.
O PERIGO DOS SEMICONDUTORES
Mesmo com a perspectiva positiva, os executivos da empresa têm motivos para preocupações e preveem um segundo semestre com um escassez de michochips pior no segundo semestre. “Temos reduzido com sucesso os impactos dos gargalos de semicondutores até o momento, embora estejamos prevendo efeitos um pouco mais acentuados no terceiro trimestre”, afirmou Antlitz.
Com isso, não surpreende o fato de o grupo VW estar reduzindo sua previsão de entregas aos clientes. Contudo, a empresa garante que, desde que a pandemia de Covid-19 seja contida com sucesso, elas serão “visivelmente melhores” em relação ao ano passado.
Segundo reportagem da agência Automotive News Europe, Herbet Diess, CEO do grupo Volkswagen, revelou parte da estratégia da empresa para ultrapassar a Tesla como a maior vendedora de veículos elétricos do mundo, que inclui a compra da locadora Europcar, em uma aposta em serviços de mobilidade. O grupo alemão liderou um consórcio que ofereceu € 2,9 bilhões pela Europcar, que atua em 140 países e possui uma frota de 350 mil veículos.
“Sim, estamos adquirindo uma locadora de automóveis que, provavelmente, não será apenas uma locadora daqui a cinco ou dez anos, ela poderá ser uma grande plataforma de mobilidade”, declarou o executivo, que disse ainda não ter terminado a tarefa. “Nossa ofensiva elétrica está ganhando impulso e vamos continuar aumentando seu ritmo nos próximos meses”, assegurou.