Venda de automóveis e comerciais leves usados obteve em julho o melhor resultado de 2021
Automotive Business -
Mês teve 1,06 milhão de unidades negociadas e é o melhor desde 2003; falta de 0 km empurra consumidor para seminovos
MÁRIO CURCIO, PARA AB
A venda de automóveis e comerciais leves usados obteve em julho o melhor resultado de 2021, com 1,06 milhão de unidades. Segundo a Fenabrave, que reúne as associações de concessionários, este foi o melhor mês de julho desde que a entidade começou a compilar esse tipo de dado, em 2003. No acumulado do ano, as transações de veículos leves também atingiram recorde ao somar 6,5 milhões de unidades, com alta 55,8% sobre iguais meses do ano passado.
Os recordes decorrem da queda na produção nacional, que derrubou a oferta de automóveis novos. A cada carro 0 km emplacado em julho, outros 7,3 usados trocaram de dono, o maior índice de todos os meses deste ano.
“Com a baixa disponibilidade de novos, o consumidor tem realizado as trocas no mercado de usados, que também sofre redução de oferta”, afirma o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
Na cidade de São Paulo é comum ver faixas com a frase “Estamos comprando, mesmo com dívidas” em avenidas que concentram lojas de veículos seminovos, confirmando o que diz o presidente da entidade. Como consequência, esses modelos subiram quatro vezes mais que a inflação.
CAMINHÕES ACUMULAM ALTA DE 58%
A venda de caminhões de segunda mão também teve seu melhor momento de 2021 em julho, com 38,4 mil unidades, alta de 3,8% em relação ao mês anterior. O volume nos sete meses de 2021 chegou a 236,2 mil veículos, 58% a mais que no mesmo período do ano passado. Com isso, o acumulado até julho deste ano é o melhor desse 2003.
De acordo com a Fenabrave, a procura aquecida pelos caminhões usados decorre da dificuldade das montadoras em atender à demanda pelos zero-quilômetro, que em alguns casos têm previsão de entrega apenas para janeiro do ano que vem. A cada caminhão novo emplacado em julho foram negociados 3,3 usados.
Os ônibus também alcançaram seu melhor momento de 2021 em julho, com quase 4 mil transações e 17,2% de alta sobre junho. Este foi o maior crescimento sobre o mês anterior entre todos os segmentos de veículos. Já o acumulado do ano teve apenas 15,5 mil unidades e a alta na comparação com iguais meses foi de 36,6%, neste caso a pior recuperação entre os usados. A pandemia de Covid-19 fez as renovações de frotas urbanas, rodoviárias e de turismo empacarem, o que emperrou também o segmento de usados. A proporção de ônibus de segunda mão versus novos em julho foi de 2,5 unidades.
MELHOR MÊS DO ANO TAMBÉM PARA MOTOS
Julho foi igualmente o melhor mês de 2021 para as motocicletas usadas, com 302,6 mil transações. A comparação com junho indica alta de 6%. A cada motocicleta nova entregue em julho, 2,7 usadas trocaram de mãos. O acumulado do ano teve 1,9 milhão de unidades, resultando em crescimento de 55,6% sobre iguais meses de 2020.
O mercado de motos de segunda mão também está aquecido por causa de alguma dificuldade na produção de modelos zero-quilômetro, tanto em razão de medidas contra a Covid-19 como pela falta de componentes.