General Motors perde participação na América do Sul

Brasil foi um dos responsáveis pela queda de participação da marca na região no 1º semestre. Apesar disso, empresa registrou aumento de lucro


REDAÇÃO AB

A América do Sul foi o mercado onde a General Motors mais perdeu participação dentre aqueles em que a montadora mantém operações – todos apresentaram queda de market share, impactados pela escassez mundial de semicondutores. De acordo com balanço divulgado na quarta-feira, 4, a fatia da empresa na região retrocedeu 3,5 pontos porcentuais na comparação do resultado do primeiro semestre deste ano com o do ano passado, caindo de 15% para 11,5%.

Um dos grandes responsáveis por essa queda foi o Brasil. O balanço da empresa não divulga números separados por países, apenas pelas grandes regiões, mas sabe-se que o mercado brasileiro representa 60% do volume de vendas de veículos da GM na América do Sul. De acordo com os números de emplacamento divulgados pela Fenabrave, a participação da empresa no mercado brasileiro caiu de 17,6% no primeiro semestre de 2020 para 12,4% neste ano.

No Brasil, a empresa viu seus veículos despencarem na lista dos modelos mais vendidos com a paralisação das linhas em Gravataí (RS), onde estava sendo produzido o seu carro-chefe, o Chevrolet Onix, e as paradas parciais em São Caetano do Sul (SP), que reduziu a oferta de veículos GM na rede de distribuição, afetando sua fatia de market share.

Na Argentina, outro grande mercado da GM na região, as vendas também caíram, a ponto de não figurar nenhum veículo Chevrolet na lista do mais vendidos em julho. No ranking geral de marcas, a Chevrolet aparece em sétimo lugar, com 1,8 mil unidades vendidas nos sete meses do ano.
 

LUCRO APESAR DA PERDA DE MERCADO


 

Houve também perdas de participação em todos os demais mercados onde a companhia atua. Na América do Norte a fatia no primeiro semestre foi 1,2 ponto porcentual menor do que aquela registrada no primeiro semestre do ano passado. No continente asiático, indicaram os dados do balanço, a fatia de mercado retrocedeu 0,4 ponto porcentual na mesma base de comparação.

Apesar das perdas, a empresa anotou lucro líquido de US$ 5,8 bilhões no primeiro semestre, revertendo prejuízo de US$ 464 milhões registrados em igual período em 2020. Apenas no segundo trimestre, o lucro foi de US$ 2,8 bilhões, valor recorde para o período. No segundo trimestre do ano passado, houve prejuízo de US$ 758 milhões. Em carta aos acionistas, a CEO Mary Barra informou que a companhia aumentou os investimentos em desenvolvimento de veículos elétricos de US$ 8 bilhões para US$ 35 bilhões para o ciclo 2020-2025. Há projeção de lançamento de mais de 30 modelos elétricos na América do Norte e na China até o final de 2025.

Dentre os feitos da companhia no primeiro semestre, a executiva destacou a expansão da produção de baterias nos Estados Unidos, com a adição de duas fábricas naquele país e a construção de mais duas. A empresa também está desenvolvendo a terceira geração das células de combustível Hydrotec, que utilizam hidrogênio.

PARTICIPAÇÃO DA GM PELO MUNDO
Compare a variação de market share do primeiro semestre de 2020 para o primeiro semestre de 2021

Estados Unidos: de 16,8% para 15,6%
América do Norte: de 16,4% para 15,2%
América do Sul: de 15,0% para 11,5%
Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África: de 7,9% para 7,5%
Total no mundo: de 8,6% para 8,1%

 

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