Em julho montadoras tem pequena alta de 6,6% sobre junho
Automotive Business -
Fabricantes locais montaram 89,5 mil unidades no período, mais que o dobro em iguais meses de 2020
MÁRIO CURCIO, PARA AB
Com demanda aquecida pelo mercado interno e exportações, a produção de caminhões em julho somou 14,8 mil unidades, o nível mais alto para um mês desde fevereiro de 2014. Durante os primeiros sete meses de 2021 as montadoras fabricaram 89,5 mil unidades, o maior volume para o período desde 2013. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O setor cresce demandado pelo agronegócio, mineração e comércio eletrônico, ou seja, pelo movimento da economia”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.
O total produzido até julho foi 115,4% maior que em iguais meses do ano passado. O executivo admite que a produção de caminhões também foi afetada pela falta de semicondutores, mas preferiu não arriscar um número de unidades e ressaltou que esse problema traz menor impacto entre os caminhões e ônibus que nos automóveis, cuja demanda é bem mais alta.
O maior volume de produção permanece para os caminhões pesados, com Capacidade Máxima de Tração (CMT) acima de 40 toneladas. No acumulado do ano foram 44,1 mil unidades, 108,2% a mais que em iguais meses do ano passado. O segmento logo abaixo, dos semipesados (com CMT inferior a 40 toneladas) somou 25,4 mil unidades nestes sete meses, indicando alta de 115,5% na comparação interanual.
O terceiro maior segmento em volume de 2021 é o dos caminhões leves (com Peso Bruto Total, PBT, de 6 a 10 toneladas). Foram 14,6 mil unidades nestes sete meses, acréscimo de 125,1% sobre iguais meses de 2020.
EXPORTAÇÃO MELHOR QUE NO PRÉ-COVID
Durante julho as montadoras enviaram ao exterior 1,9 mil caminhões, anotando pequena alta de 6,6% sobre junho. O acumulado do ano já teve 12,6 mil unidades exportadas, resultando em alta de 109,7% sobre iguais meses de 2020. O volume de 2021 foi maior até que o anotado nos primeiros sete meses de 2019 (antes da chegada da Covid-19), quando a indústria havia vendido a outros mercados somente 7,5 mil unidades.
“Isso indica recuperação na Argentina, que ainda é o principal destino dos nossos veículos, e também a melhora da economia de outros países”, recorda Saltini. “A exportação poderia ser melhor se houvesse mais competitividade, mas temos conseguido conquistar esse espaço porque nosso produto tem boa aceitação”, ressalta o executivo.
O principal segmento de exportação também são os caminhões pesados, com 6,1 mil unidades enviadas em sete meses e alta de 93,8% pela comparação interanual. Em seguida vêm os semipesados, com 3,6 mil unidades e crescimento de 133,3%.
MERCADO INTERNO REMONTA A 2014
Os dados divulgados pela Anfavea informam que julho teve exatos 11.977 caminhões zero-quilômetro emplacados no País, resultando em alta de 5,3% sobre junho, que teve um dia útil a menos. Julho foi o melhor mês em emplacamentos desde dezembro de 2014. E o acumulado do ano somou 70,7 mil veículos, o mais alto nível para estes sete meses também desde o ano de 2014.
Em relação a igual período do ano passado os licenciamentos aumentaram 49,2%. Todos os segmentos de caminhões registraram alta no acumulado. O maior crescimento ocorreu para aqueles com a menor capacidade de carga, os semileves (com PBT de 3,5 a 6 toneladas). Foram 4,3 mil emplacamentos, 68,8% a mais que em iguais meses do ano passado.