Marcopolo paralisa produção em todas as suas três fábricas

Empresa concedeu férias coletivas nas duas fábricas de Caxias do Sul e na unidade do Espírito Santo


BRUNO DE OLIVEIRA, AB

A Marcopolo vai paralisar produção em todas as suas três fábricas a partir de 23 de agosto por falta de semicondutores e outros insumos. Serão concedidas férias coletivas aos funcionários da produção das unidades de San Marino e Ana Rech, ambas instaladas em Caxias do Sul (RS), e na unidade de São Mateus, localizada no Espírito Santo.

De acordo com a fabricante, o retorno às atividades na fábrica de San Marino está programado para ocorrer em 13 de setembro. A volta à produção nas demais fábricas ocorrerá, segundo planejamento da empresa, no dia 22 de setembro.

Em nota enviada à Automotive Business, a empresa afirmou que os prazos de entregas dos ônibus "estão sendo renegociados com os clientes visando o menor impacto possível ao setor". A companhia informou, ainda, que as atividades seguem nas áreas administrativas das três fábricas.

A Marcopolo, assim, passa a integrar uma lista expressiva de empresas que tiveram de paralisar suas linhas por causa da falta de chips. A medida já afetou os números de produção e de vendas de veículos no país, além de travar a recuperação que o setor vinha ensaiando ao longo do primeiro semestre .

A paralisação da Marcopolo torna ainda mais crítico o cenário no setor de ônibus, o mais afetado pela pandemia. A produção nacional de chassis de ônibus, por exemplo, foi de 1.533 unidades em julho, queda de 5,5% em relação ao volume registrado em junho. Este foi o pior resultado para o mês de julho desde 1999, reflexo não apenas da falta de semicondutores, mas também de um mercado desaquecido.

A pausa também interrompe momento de crescimento da companhia, que vinha aumentando o volume de produção em ritmo sustentado pelas exportações. Produziu 3.456 unidades no segundo trimestre, volume que representou crescimento de 4,7% sobre o resultado registrado em igual período no ano passado.

Publicidade