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Mercedes-Benz confirma a venda de sua fábrica em Iracemápolis para a Great Wall Motors

Planta de Iracemápolis (SP) estava desativada desde dezembro do ano passado


REDAÇÃO AB

A Mercedes-Benz do Brasil confirmou nesta quarta-feira, 18, que vendeu sua fábrica desativada em Iracemápolis (SP) para a chinesa Great Wall Motors (GWM), que ainda não tem uma operação oficial de comércio de veículos no País.

De acordo com o comunicado divulgado para a imprensa, a negociação incluiu o terreno de 1,2 milhão de metros quadrados, juntamente com todos os prédios e os equipamentos de produção. A fábrica da Mercedes na cidade paulista começou sua produção em 2016, com a montagem dos automóveis Classe C e GLA, até que em dezembro do ano passado a empresa decidiu encerrar suas atividades, devido à queda nas vendas.

A Mercedes informou que a venda da fábrica paulista faz parte da estratégia da empresa alemã para otimizar sua rede de produção no mundo. “Com a transformação da companhia e o realinhamento da capacidade produtiva da nossa rede global de produção, estamos aumentando de forma sustentável a nossa eficiência produtiva. Com a Great Wall Motors, encontramos um comprador que dará à fábrica de Iracemápolis e região uma nova perspectiva para o futuro”, explicou Jörg Burzer, membro do conselho de administração da Mercedes-Benz AG, responsável pela gestão da cadeia de produção e abastecimento.

Além da fábrica de Iracemápolis, a Great Wall também estava em negociação para adquirir o complexo industrial da Ford em Camaçari (BA), cujas atividades foram encerradas após a marca americana anunciar em janeiro o fechamento de suas fábricas no Brasil. Com isso, o governo baiano criou um grupo de trabalho para atrair compradores para a unidade de Camaçari e confirmou que fez contato com a embaixada da China no País para fomentar o interesse de montadoras chinesas.

Apesar da venda, o campo de provas da Mercedes-Benz e seu centro de testes, que está sendo construído em parceria com a Bosch, ambos em Iracemápolis, não serão afetados. Com isso, a montadora alemã segue estabelecida em território brasileiro com suas unidades de São Bernardo do Campo (onde produz caminhões, chassis de ônibus e agregados) e Campinas (peças, serviços e treinamento), em São Paulo, e a fábrica de Juiz de Fora (onde monta cabines de caminhões), em Minas Gerais.

A montadora chinesa deve investir cerca de US$ 300 milhões para iniciar sua operação no mercado brasileiro, segundo informações da Reuters. Esse valor viria de um aporte de US$ 1 bilhão inicialmente destinado à Índia, mas que agora será parcialmente realocado para o Brasil em função de uma disputa diplomática entre os dois países asiáticos.

Com a aquisição da fábrica paulista, a Great Wall dá início ao seu plano de ter produção própria de veículos no mercado brasileiro. O País é um antigo sonho da Great Wall, que pretende firmar uma base nesse que é o maior mercado da América do Sul.

Na região, a fabricante mantém hoje uma pequena linha de montagem no Equador e vende seus carros em diversos países, como Uruguai, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Chile – este último onde atualmente faz seu maior volume regional, com 2,4 mil veículos vendidos. No mundo, a Great Wall vendeu 1,1 milhão de veículos no ano passado, a maior parte no mercado chinês.

Ainda não se sabe oficialmente quais modelos da Great Wall serão comercializados no Brasil, mas a empresa já chegou a registrar dois modelos no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI): o SUV médio Haval H6 e a picape média Série P. A previsão que a marca deve começar a vender veículos importados da China no início de 2022, ficando a produção local para uma segunda fase do projeto.

 

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