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Crise dos semicondutores provavelmente deve se estender até 2023

Aviso foi dado pelas principais lideranças das montadoras durante o Salão de Munique


A crise dos semicondutores que está reduzindo a produção de fábricas do mundo todo não vai acabar no ano que vem e provavelmente deve se estender até 2023, disseram executivos de montadoras durante o IAA Mobility, também conhecido como Salão de Munique, na Alemanha.

Os presidentes das três principais montadoras alemãs deixaram claro que não trabalham com a hipótese de que a escassez de componentes eletrônicos será resolvida até o fim do ano, já que os fornecedores de chips confirmam que não conseguirão entregar todos pedidos previstos para 2022.

Para Ola Kallenius, CEO da Daimler, proprietária da Mercedes-Benz, as montadoras ainda terão dificuldade de comprar os semicondutores em volume necessário para atender sua produção ao longo do ano que vem e até em 2023, embora essa escassez deve ser bem menor do que é hoje. 

"Vários fornecedores de chips têm se referido a problemas estruturais com a demanda. Isso pode influenciar 2022 e [a situação] pode ser mais tranquila em 2023", disse Kallenius aos jornalistas presentes no Salão de Munique.

O CEO da BMW, Oliver Zipse, também não vê uma solução para a falta de peças no curto prazo. "Espero que o problema nas cadeias de suprimentos continue nos próximos 6 a 12 meses", disse ele. O executivo, porém, acredita que no longo prazo a situação deva se resolver porque a indústria automotiva é uma cliente muito importante para os fabricantes de microchips.

O líder mais pessimista do trio, porém, é o CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess. Para ele, a escassez deverá continuar nos próximos anos porque os semicondutores estão com uma demanda muito alta. “A internet das coisas [IoT] está crescendo e o aumento da capacidade produtiva ainda vai levar um tempo. Provavelmente será um gargalo nos próximos meses e anos”, disse ele.

Segundo o diretor de compras da Volkswagen, Murat Aksel, a indústria automotiva mundial atualmente tem uma demanda por semicondutores 10% maior do que os fabricantes de chips são capaz de produzir.

O alerta feito pelo trio de alemão confirma as previsões pessimista de outras empresas do setor. A fabricante japonesa de microchips Rohm – um dos maiores fornecedores de Toyota, Honda e Ford – alertou no mês passado que a falta de semicondutores deverá permanecer ao longo de todo o ano que vem.

Já o fabricante de chips Intel e a montadora Stellantis trabalham com a possibilidade de que a escassez de semicondutores ser ainda mais longa, sendo normalizada apenas em 2023.

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