Mercedes-Benz tem olhar transformador nas questões sociais e ambientais
Automotive Business -
Ações, inciativas e projetos tornam a fabricante ainda mais inclusiva e preocupada com políticas sociais e ambientais
Não basta produzir automóveis, caminhões e veículos comerciais com a qualidade e a excelência que colocam a Mercedes-Benz como uma das principais montadoras do mundo. É preciso, também, ter o olhar transformador nas questões sociais e ambientais, que impactam diretamente na vida de colaboradores, fornecedores, consumidores e comunidade do entorno de suas fábricas.
É o que defende a companhia ao tratar de um assunto que vem ganhando cada vez mais importância: sustentabilidade. Longe de ser um modismo, o tema é crucial para as empresas enriquecerem seus ambientes corporativos e, claro, contribuírem para o futuro da sociedade e, claro, dos negócios.
“A nossa atenção tem se voltado fortemente para como podemos colaborar na construção de um mundo melhor, mais inclusivo, ecológico e justo”, afirma Ronaldo Vernucio, gerente de meio ambiente da Mercedes-Benz do Brasil. “Para isso, o nosso programa ‘Caminhos para o Novo Mundo’ incentiva comportamentos semelhantes entre os elos da complexa cadeia automotiva.”
Em 65 anos de história no Brasil, a Mercedes aponta sempre ter buscado as melhores políticas em governança ambiental, social e corporativa (ESG) praticadas globalmente pela companhia em pilares como redução de emissões, mobilidade e qualidade de vida nas cidades, segurança no trânsito, respeito aos direitos humanos e economia circular. “Nossa responsabilidade com o meio ambiente e com a sociedade nos guiou ao longo de 65 anos, mas, agora, vai além do corebusiness de produzir veículos”, diz.
Criação do Comitê de Responsabilidade Social
Para ele, a sustentabilidade ambiental dentro da Mercedes é impulsionada em toda a cadeia produtiva. Um exemplo é o Prêmio de Responsabilidade Socioambiental, instituído em 2010, para os fornecedores e, em 2011, para a rede de concessionárias, com o foco no estímulo e na divulgação do desenvolvimento e comprometimento sustentável.
Embora a Mercedes os mantenha no radar há muito tempo, os temas diversidade e sustentabilidade, em todas as suas matizes, deram um salto em 2017, quando um evento discutiu como a fabricante podia mergulhar ainda mais na cultura da diversidade. “O ano seguinte foi um divisor de águas, com a formação do Comitê de Responsabilidade Social, composto por colaboradores que não medem esforços para trazer iniciativas e questões sociais para a empresa apoiar”, relembra o executivo.
“O comitê reúne 12 pessoas nas áreas de governança, recursos humanos e comunicação, que interagem com outros setores da companhia”, acrescenta Elineide Castro, gerente de RH da Mercedes-Benz do Brasil. Ela conta que uma das primeiras ações propostas aos colaboradores veio através da pergunta “o que você entende por diversidade?”. “Essas atividades ajudaram a estimular a conscientização, porque nem todos sabiam a resposta”, salienta.
Com o slogan “Cada estrela tem seu brilho”, em referência ao símbolo da Mercedes-Benz, a empresa buscou deixar claro que todos fazem parte da diversidade. A intensificação de ações de comunicação visual e escrita ajudou no engajamento interno em todos os níveis.
“A ideia era não deixar ninguém de fora, devido à importância do assunto, criando uma cultura da diversidade sem discriminação”, acentua Elineide. “Fizemos treinamentos com a alta gestão, executivos do board, diretores, gerentes e supervisores. Queríamos cascatear nossos valores corporativos e individuais, como respeito, disciplina, integridade e paixão.”
Racial, gênero, PCD e LGBTQIA+ são temas chaves
O Comitê de Responsabilidade Social amadureceu, continuou engajando e não parou mais de gerar novas ações. “Investimos em várias frentes nas quais acreditamos. A sustentabilidade é um caminho sem volta e está dentro de cada um. Sem esquecer da capacitação de pessoas, especialmente os jovens. O programa ‘Estrelas do Amanhã’ é um marco dessa estratégia. Nesse ano, seis dos formandos foram contratados, o que demonstra a nossa visão de futuro”, ressalta Ronaldo Vernucio.
O “Estrelas do Amanhã” tem o objetivo de incentivar o crescimento profissional e pessoal de jovens que ingressam no mercado de trabalho. Os participantes recebem orientação sobre carreira, informações a respeito de cursos universitários e dicas de comportamento em entrevistas na hora de concorrer a vagas de emprego.
Segundo Elineide Castro, os quatro pilares que norteiam os grupos de trabalho são racial, gênero, pessoas com deficiência (PCD) e LGBTQIA+. Segundo ela, uma série de iniciativas visa dar protagonismo aos funcionários. “As rodadas de conversa discutem quais são as dores, por exemplo, do negro e da mulher dentro da empresa. O que precisamos reforçar? E todos são incentivados a falar”, atesta.
Os colaboradores que se enquadram no grupo LGBTQIA+ expuseram o temor de conversar no dia a dia e de receber um convite para uma festa, por causa do receio de levar o parceiro ou parceira. “Muitos tinham bloqueio de se aceitar, mas logo perceberam que podiam ser eles mesmos na empresa. Começaram a se sentir mais confortáveis e acolhidos”, testemunha a gerente de RH.
Outro episódio aconteceu com uma jovem LGBTQIA+, que se inscreveu no programa de estágio da Mercedes-Benz. A mãe a desencorajou, dizendo que não teria a menor chance. Mas a candidata passava em frente ao prédio da Mercedes, em São Bernardo do Campo (SP), colorido em homenagem ao Mês da Diversidade, em junho, e percebeu que a empresa não fazia distinção, não tinha preconceitos e apoiava a diversidade de gênero. “Ela foi aprovada e hoje está aqui, para contar sua história”, revela Elineide.
Treinamento de libras intensificado
As pessoas com deficiência (PCDs) também revelaram suas dificuldades. Mais de 50% dessa população da companhia são surdos. “Reforçamos, junto aos gestores, o treinamento de libras. Antes, diante de um problema de comunicação, as chefias, sem saber o que fazer, recorriam aos familiares. Essa postura está ficando para trás, graças à inclusão no ambiente de trabalho. Recentemente, um tabu foi quebrado com a transferência de uma funcionária surda para a área do secretariado”, conta.
Atualmente, os grupos se dividem em áreas chamadas de engajamento, governança, protagonismo e desenvolvimento. “Uma vez por mês, cada uma das frentes – composta por quatro pessoas – se reúne separadamente para discutir novas diretrizes capazes de melhorar a participação e o engajamento”, explica Elineide. Uma das ações girou em torno de como atrair mais negros aos programas de estágio. A conclusão: era preciso mudar a forma de comunicação direcionada aos candidatos.
A série de discussões, palestras e treinamentos gera um círculo virtuoso, com engajamento, ideias, ações e mais engajamento. “O senso de responsabilidade só aumenta”, comemora Elineide. “Todos entendem que a inclusão acontece pelo amor, pela dor e pela inteligência.”
Existem, porém, mais elos desse círculo virtuoso, que a Mercedes está trazendo para perto de si. Ela até criou a #meincluanessa para incorporar os representantes de vendas das concessionárias e os fornecedores nos treinamentos e nas conversas. “Queremos trazer o maior número possível de pessoas para demonstrar que esse engajamento é necessário”, completa Elineide.
Campanha utiliza unidades móveis da saúde
As campanhas reverberam em muitos projetos que extrapolam os muros da empresa. Além do “Estrelas do Amanhã”, há o “Unidades Móveis de Saúde”, que usa oito caminhões e dois ônibus da marca para dar assistência médica a comunidades carentes de diversas regiões do País. “O acesso a serviços de saúde é um dos grandes desafios no Brasil. E nós queremos ajudar nessa conquista”, ressalta Ronaldo Vernucio.
Assim, a Mercedes-Benz uniu-se a parceiros para desenvolver as unidades móveis. A expectativa é atender 250 mil pessoas em três anos nas carretas puxadas pelos caminhões e 144 mil nos ônibus, em especialidades como oncologia, odontologia, ginecologia, oftalmologia e telemedicina, além de vacinação contra a Covid-19.
Outra ação chama-se “A Voz Delas”, que levanta as necessidade de caminhoneiras e esposas de motoristas para melhorar a estrutura em rodovias. O papel da Mercedes é viabilizar iniciativas e recursos voltados a um ambiente melhor e mais seguro para as mulheres nas estradas e no transporte, valorizando as profissionais do volante e as oportunidades de trabalho.
Uma alimentação mais saudável também está no contexto do trabalho sustentável da empresa. A Mercedes-Benz mantém uma fazenda urbana, inaugurada em 2019, dentro das instalações da fábrica de São Bernardo do Campo. O projeto pode produzir 2.600 quilos de hortaliças livres de agrotóxicos, boa parte doada a instituições apoiadas pela montadora.
Como se vê, a sustentabilidade é capaz de alimentar a alma e colocar comida no prato das pessoas.