A era dos carros elétricos começou para valer na BMW

Feitos sobre plataforma exclusiva para veículos a bateria, modelos já estão confirmados para o Brasil


A era dos carros elétricos começou para valer na BMW. A empresa apresentou na quarta-feira, 15, os dois modelos que dão início a uma nova fase da marca, com uma família de veículos que foi criada sobre uma plataforma desenvolvida unicamente para automóveis movidos a bateria.

Em vez de adaptar versões eletrificadas sobre uma base que foi concebida para veículos a combustão, como era o caso do i3 e do i8, os novos iX (SUV) e i4 (sedã com estilo cupê) já nascem 100% elétricos. É o primeiro passo para a BMW avançar no plano de chegar em 2030 com 50% das suas vendas globais com veículos totalmente elétricos. 

Já confirmados para serem lançados no Brasil, mais ainda sem data confirmada, os dois modelos são uma vitrine de tudo aquilo que a montadora pretende oferecer na área de mobilidade elétrica e, não por coincidência, representam os dois segmentos mais importantes para a BMW: os SUVs, que são o nicho de mercado que mais cresce no mundo, e os sedãs com pegada esportiva, que fazem parte da essência da montadora alemã.

O segredo desses dois lançamentos está na plataforma flexível Gen5, que é composta por um conjunto modular de baterias ultrafino instalado entre os eixos aliado à opção de um único motor elétrico na traseira (caso do i4 na versão básica eDrive40) ou mais um segundo motor na dianteira (todas as versões do iX, além do i4 M50).

Como o conjunto de baterias é formado por várias células modulares e independentes, é possível diminuir ou aumentar o número de módulos para alterar a autonomia do veículo. Assim, a capacidade de energia pode variar de 76,6 kWh a 111,5 KWh, dependendo do modelo e da versão, o que se traduz em uma rodagem que varia de 425 km a 630 km com uma única carga. 

Para garantir o ponto de equilíbrio ideal entre baixo peso, alto desempenho e máxima eficiência energética, a BMW fez questão de ser a responsável pela produção dos motores elétricos e do conjunto de baterias. 

O único componente que vem de um fornecedor são as células individuais da bateria e, mesmo assim, são fabricadas com especificações exclusivas para a BMW – por isso elas são tão finas (11 cm de espessura no i4 e 14 cm no iX).  

Outro ponto em comum entre os dois modelos é a plataforma de conectividade iDrive 8, que se materializa no enorme monitor do sistema de infotenimento, que ocupa a maior parte do painel. Trata-se de uma única tela curva sensível ao toque que à frente do motorista traz uma área de 12,3 polegadas que funciona como quadro de instrumentos configurável, enquanto do lado do passageiro ofecere uma área de 14,9 polegadas para servir como central multimídia, com direito a conexão de internet 5G. 

Até mesmo no design esses dois modelos tão diferentes compartilham semelhanças, justamente para reforçar que estamos diante de uma nova família da BMW. O aspecto visual mais evidente é a grade dianteira vertical, que foi projetada para combinar passado e futuro no mesmo elemento estético. 

Se por um lado ela ficou ainda maior do que vemos nos outros modelos, para reforçar sua conexão com a tradição da marca, por outro não é mais vazada, já que não existe mais um motor a combustão para refrigerar. Sua nova função é acomodar radar, câmera e uma série de sensores que permitem que o veículo tenha diversas funcionalidades semiautônomas, como frenagem automática de emergência ou controle de cruzeiro adaptativo.

Os dois modelos têm seu lançamento comercial no mercado europeu programado para novembro e início do ano para os Estados Unidos. No Brasil, a data de estreia ainda não está definida, mas deve ser anunciada nos próximos meses. O que já se sabe é sobre a variedade de configurações disponíveis para cada modelo.

O SUV será vendido em duas versões, todas com tração nas quatro rodas, já que ele vem sempre com dois motores, cada um instalado em um dos eixos. A opção xDrive40 tem potência combinada de 240 kW/326 cv com autonomia de até 425 km no padrão europeu WLTP. Assim, é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos e atingir 200 km/h. A configuração xDrive50 produz 385 kW/523 cv com autonomia de até 630 km, 0 a 100 km/h de 4,6 segundos e máxima de 200 km/h.

O sedã também estreia com duas variantes. O i4 eDrive40 tem apenas motorização (e tração) na traseira, que produz 250 kw/340 cv de potência, 590 km de autonomia, 5,7 segundos de aceleração e 190 km/h de máxima. Já o i4 M50 possui tração nas quatro rodas e, com seus dois motores, gera 400 kW/544 cv, 521 de autonomia, 3,9 segundos no 0 a 100 km/h e 225 km/h de máxima.

 Com esses números, o i4 quer se posicionar como concorrente direto do Tesla Model 3, o carro mais barato da montadora americana. Mas a briga não será fácil, pois o Model 3 vendido na Europa tem desempenho superior em todos os quesitos, quando usamos a versão Performance na comparação: 0 a 100 km/h em 3,3 segundos, velocidade máxima de 261 km/h e autonomia de 614 km no padrão WLTP, além de ser mais barato: 58.600 euros contra 69.900 euros do i4 M50.

Já o iX é um modelo que vai atuar no segmento de SUVs de grande porte, já que tem dimensões muito parecidas com o já conhecido X5. O modelo elétrico tem 4,95 metros de comprimento (3 cm maior que o X5) e 3 metros exatos de entre-eixos (2,5 cm maior), com um porta-malas de 500 litros (150 litros menor).  

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