Parque industrial da Rhodia no Brasil conquista certificação de biodiversidade do WHC

Site da empresa em Paulínia é um ‘oásis’ de biodiversidade encravado num polo químico


Certificação Gold está na mais alta categoria da Wildlife Habitat Council (WHC), organização internacional focada nas práticas de conservação da biodiversidade no setor privado

 

A Rhodia, empresa do Grupo Solvay, é a primeira empresa do setor químico/têxtil do País a conquistar a Certificação Gold de biodiversidade do WHC (Wildlife Habitat Council), renomada organização internacional focada nas práticas de conservação da biodiversidade no setor privado.

O certificado se refere à unidade da Rhodia instalada no Complexo Industrial São Francisco, área originada da antiga Fazenda São Francisco, em Paulínia, no interior de São Paulo. Da área de 16 milhões de metros quadrados, apenas 15% do complexo atualmente são ocupados pela parte industrial, incluindo áreas de trânsito, estruturas administrativas e de convívio social, como o restaurante.

A área é cortada pelo Rio Atibaia e Ribeirão Anhumas e tem vegetação típica da Mata Atlântica, sendo habitat para dezenas de diversas espécies da fauna e flora nativas da região, que encontram no Complexo Industrial São Francisco um oásis para sua existência e propagação.

“Obter esse certificado é um orgulho para nós. Significa o reconhecimento de práticas históricas e pioneiras adotadas pela Rhodia para preservação do meio ambiente e da sustentabilidade, em harmonia com a operação de um dos maiores complexos químicos da América Latina’, afirma Daniela Manique, presidente do Grupo Solvay na América Latina.

A conquista – acrescenta Daniela Manique - segue em linha com a estratégia de sustentabilidade do Grupo Solvay, que estabeleceu como uma das dez metas do programa de ESG da empresa, denominado Solvay One Planet, de reduzir em 30% a pressão sobre a biodiversidade até 2030.

Para o processo de certificação WHC foi realizado um inventário da fauna e flora local. Só entre os animais, foram identificadas 83 espécies de aves, mamíferos, peixes, anfíbios e répteis. Parte desses achados proveio de fotos tiradas pela equipe de bombeiros e imagens capturadas pelas câmeras de segurança das fábricas, que registraram o trânsito desses “moradores do site”. Em relação à flora, mais de 90 espécies vegetais foram catalogadas por uma empresa especializada especialmente contratada para o projeto.

Esse inventário documentou alguns achados interessantes. O site de Paulínia, por exemplo, é abrigo para o lobo-guará, uma espécie ameaçada de extinção, além de ser habitat de espécies como a onça parda ou suçuarana, o segundo maior felino das Américas, perdendo em tamanho apenas para a onça-pintada.

Para a concessão do certificado, uma comissão de auditores do WHC avaliou oito projetos realizados pela empresa em Paulínia, levando em consideração sua pertinência, resultados mensuráveis e impactos comunitários. Esses projetos foram agrupados em três categorias: habitat, espécies e educação.

Habitat

  • Florestas – Projeto Reserva Legal (2017 a 2031): envolve o plantio e manejo de 34 mil mudas nativas, criando, em 15 anos, uma floresta de 15,5 hectares. Antes dele, como legado de um projeto de expansão de produção, já havia sido realizado, entre 2007 e 2009, o plantio de 17 mil mudas nativas, formando uma floresta de 8,3 hectares.
  • Rios – Projeto Recmar: projeto de recuperação das margens do Ribeirão Anhumas, que corta o site, com replantio da mata ciliar, totalizando uma área de 1.297 m2.

Espécies

  • Mamíferos – ação de proteção das capivaras, com a instalação de cercas para impedir que entrem em áreas industriais perigosas para elas, como vias de trânsito, tanques e tubulações.
  • Répteis e anfíbios – esquema de captura e realocação de serpentes e lagartos encontrados na planta industrial em áreas de Mata Atlântica preservada. O trabalho é conduzido pela equipe de Controle de Emergência (bombeiros) a partir de critérios técnicos e com instrumentais adequados.
  • Outras espécies – construção e manutenção de escada de peixes para garantir a piracema, migração sazonal da fauna aquática para reprodução. A estrutura inclui também uma cobertura para evitar que os peixes sejam capturados por predadores.

Educação

  • Conscientização e engajamento da comunidade – Portas Abertas: o programa de visitas de estudantes e pessoas da comunidade à unidade de Paulínia é usado como oportunidade para divulgar políticas e boas práticas de conservação da biodiversidade do site e estimular o engajamento na causa.
  • Treinamento 1 – Inovar: programa de mentoria no qual profissionais da Rhodia assumem a orientação de trabalhos acadêmicos de estudantes de escolas técnicas. Um dos focos temáticos é a conservação da biodiversidade.
  • Treinamento 2 – EducAção: projeto em que profissionais da Rhodia capacitam professores de escolas públicas, fazendo da unidade de Paulínia um espaço para atualização técnica e científica desses educadores. Desenvolvimento sustentável e preservação ambiental estão entre os temas dessa ação socioeducativa.

     

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