A razão do encarecimento dos veículos está na crise dos semicondutores
Automotive Business -
Luca de Meo explica as duas razões que vão pressionar os preços dos veículos nos próximos 12 meses
Os automóveis ficaram mais caros não apenas no Brasil como no mundo inteiro e esse movimento não vai diminuir no ano que vem. Muito pelo contrário, como garantiu Luca de Meo, CEO global da Renault, em entrevista a um jornal espanhol.
“Os preços vão subir ainda mais nos próximos 12 meses”, afirmou o executivo ao diário Expasión na quinta-feira, 7. A maior razão desse encarecimento dos veículos está na crise dos semicondutores, principalmente, seguida pelo aumento do custo da energia.
A escassez de chips, porém, não provoca diretamente o aumento individual de cada veículo, como explica De Meo. O que acontece é que a falta de componentes tem obrigado as montadoras a escolher quais modelos serão fabricados e quais não serão.
Nesse cenário, as marcas optam por carros que têm a maior margem de lucro. Como consequência, as versões de entrada deixam de ser produzidas para dar espaço na linha de montagem às que são mais equipadas. Ou seja, as lojas acabam tendo uma oferta maior dos modelos mais sofisticados, o que faz com que a média de preços do mercado seja cada vez maior.
É essa estratégia que está por trás dos recentes anúncios de montadoras divulgando previsões para este ano com volumes de venda menores, porém com o mesmo faturamento ou às vezes até acima do que estava previsto antes do impacto maior da crise.
É o caso da BMW, que na semana passada comunicou que estava aumentando sua previsão de lucro para 2021 por causa da alta do preço médio dos seus veículos. A nova estimativa é que algo entre 9,5% e 10,5% sobre as vendas, frente a uma expectativa anterior de 7% a 9%.
Luca de Meo também disse que existem outros fatores que causam o aumento constante do preço médio dos automóveis, apesar de numa menor escala. É o caso principalmente dos aumentos bruscos do custo da eletricidade e do gás na Europa, necessário para gerar energia para as fábricas, seguido pelo encarecimento das matérias-primas usadas na produção dos veículos, como aço, cobre e alumínio, que estão ficando cada vez mais caros.