Retração na produção de motos

Já o acumulado se aproximou das 900 mil unidades, o melhor resultado para o período em cinco anos


A produção de motos em setembro somou 108,9 mil unidades, 11,9% a menos que em agosto. A retração ocorreu pelo menor número de dias úteis e também porque a Yamaha, vice-líder de mercado, interrompeu parte de suas linhas entre os dias 9 e 24 de setembro e montou apenas 10,8 mil unidades, seu pior resultado em 2021.

Ainda assim, as fábricas instaladas em Manaus (AM) somaram nestes nove meses 896,5 mil motos. O total é 29,3% mais alto que o registrado no mesmo período do ano passado e 7,2% maior que de janeiro a setembro de 2019, período anterior à chegada da pandemia de Covid-19. Também é a maior produção para o período desde 2016.

Os números foram divulgados na quarta-feira, 13, pela Abraciclo, associação que reúne as indústrias do setor de duas rodas em Manaus (AM). De acordo com a entidade, todas as empresas trabalham normalmente neste momento. 

“As associadas estão acelerando o ritmo para atender à demanda. Além disso, mantêm a programação de lançamentos”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

Um mês atrás a Abraciclo revisou para 1,22 milhão de motos a projeção anual de produção, o equivalente a 26,8% a mais que em 2020. A previsão feita no começo do ano era de pouco mais de 1 milhão de unidades. Segundo as fabricantes, a demanda cresce não só por causa dos serviços de entrega. “A alta nos preços do combustível tem levado muitas pessoas a adquirir uma moto por ser uma opção mais barata e econômica”, diz Fermanian.

Vendas no atacado crescem 27,4%

No mês de setembro, as entregas no atacado (das fábricas para as concessionárias) somaram 105,5 mil unidades, registrando queda de 10,2% na comparação com agosto. Mas o acumulado dos noves meses teve 848 mil motos enviadas para a rede, 27,4% a mais que no mesmo período do ano passado. Assim como a produção, as vendas no atacado teriam sido melhores em setembro, não fosse a falta de componentes que afetou a fábrica da Yamaha.

Exportação cresce quase 80%, mas volume ainda é baixo

Em setembro, as fábricas instaladas em Manaus enviaram ao exterior somente 4,9 mil motos, anotando queda de 13,1% na comparação com agosto. Desde o início do ano foram exportadas 42,8 mil motos. O número é 79,8% mais alto que nos mesmos nove meses do ano passado.

A Argentina é o principal cliente no acumulado, com 12,2 mil motos, 28,4% do total. A seguir vem a Colômbia, com 9,8 mil unidades e 22,8% dos embarques. Os Estados Unidos estão bem próximos, com 9,4 mil motocicletas e 21,9% das exportações.

Um mês atrás a Abraciclo também ajustou para cima a exportação anual. A previsão é de 51 mil unidades, o que resultará em alta superior a 50% sobre 2020. A projeção inicial era de 40 mil motos. Ainda assim será um volume baixo. Em anos anteriores à pandemia e à crise argentina mais recente, o Brasil vinha exportando anualmente 80 mil motos ou mais.

Emplacamentos sobem quase 35%

Os licenciamentos de setembro somaram 108,8 mil motos, o terceiro melhor resultado de 2021, superando em 6% as vendas de agosto. A média diária de setembro foi próxima a 5,2 mil emplacamentos.

No acumulado destes nove meses foram licenciadas 841,5 mil motocicletas. Esse total é 33,3% maior que o de iguais meses do ano passado. E o acumulado para emplacamentos também é o mais alto desde 2016.

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