O número de vendas da primeira quinzena de outubro revela ao mesmo tempo uma notícia boa e outra ruim para o mercado de veículos. O aspecto positivo é que houve um crescimento de 5,6% sobre o mesmo período de setembro, registrando um total de 64.311 automóveis e comerciais leves, segundo dados obtidos pela Autoinforme.

Apesar de discreto, esse aumento indica uma melhoria diante de um cenário que ficou marcado pela paralisação total ou parcial de várias linhas de montagem no Brasil nas últimas semanas por falta de peças, principalmente semicondutores. Por outro lado, o número esconde um desempenho fraco da indústria, cuja baixa produção de veículos fez o mercado comprar muito menos veículos do que no ano passado.  

Para começar, esse crescimento foi sobre uma base já enfraquecida, pois a primeira quinzena de setembro foi o pior mês em vendas desde julho do ano passado. Quando comparado com o mesmo período de outubro de 2020, ano em que o mercado ainda sentia os efeitos da pandemia, vemos uma forte queda de 33,9%.

A média diária de vendas também revelou números decepcionantes, com 6.431 carros nos dez primeiros dias úteis do mês, valor que neste ano só foi melhor do que na primeira quinzena de setembro.

Por fim, as vendas acumuladas de janeiro a outubro chegaram a 1.534.062 unidades, o que representa um aumento de 9,1% em relação ao ano passado. 

Entre as marcas, vem se consolidando a recuperação da GM, que chegou a cair em junho e julho para o sétimo lugar no ranking de fabricantes, devido à escassez de semicondutores que paralisou por cinco meses sua fábrica de Gravataí (RS), onde são montados seus modelos mais vendidos, Onix e Onix Plus.

 A montadora ficou em terceiro lugar nesta quinzena, com 8.660 unidades vendidas (13,5% de participação do mercado), atrás apenas da líder Fiat (20,8%) e da vice Volkswagen (18,8%), o que representam as mesmas posições ocupadas pelo trio no ranking de setembro.