Preço de percorrer um trejeto em um eVTOL poderá ser o mesmo de uma corrida com o Uber Black

Eve Air Mobility confirma faixa de preço para viagem de eVTOL, tecnologia que estará disponível no mercado a partir de 2026


E se para ir ao trabalho você pudesse escolher entre pegar um Uber ou ir de carro voador? Essa é a proposta Eve Air Mobility, startup de tecnologia da EmbraerX. Segundo a vice-presidente de experiência do usuário da Eve, Flávia Ciaccia, o preço de percorrer um trejeto em um eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical) poderá ser o mesmo de uma corrida com o Uber Black. A aeronave está em desenvolvimento e chegará ao mercado, incluindo o Brasil, em 2026.

“A gente espera que o valor de uma viagem de eVTOL chegue na faixa de preço do Uber Black, conforme escalarmos a tecnologia e a operação das aeronaves. Estamos desenvolvendo os eVTOLs para serem um serviço compartilhado e acessível, que democratize a aviação”, explicou Ciaccia, durante o 10º simpósio da SAE Brasil, que acontece on-line desde terça-feira,19.

A executiva confirmou ainda que os carros voadores estarão disponíveis em 2026. A partir do final deste ano, a empresa realizará operações com helicópteros (já que o eVTOL ainda não tem autorização para voar) a fim de entender as melhores aplicações para a aeronave, a experiência do usuário e testar o interesse do mercado.

Contudo, os eVTOLs ainda precisam superar algumas barreiras antes de tomar os céus. Uma delas é a regulamentação, em que a Eve afirma estar trabalhando junto com a Anac para viabilizar processos regulatórios para as novas aeronaves. Além disso, a aceitação da população e o avanço da tecnologia, como o amadurecimento do sistema de pilotagem autônoma e a bateria, são barreiras para a popularização do transporte.

No início do mês, a Eve anunciou parceria com a Avantto para desenvolver o ecossistema de mobilidade aérea urbana na América Latina. O acordo inclui pedido de 100 aeronaves da Eve como uma colaboração para desenvolver operação eVTOL no Brasil e na América Latina. 

Em julho, a Eve também firmou um acordo com a Flapper, empresa privada de aviação que oferece até 25 mil horas de voo por ano nas principais cidades da América do Sul, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O acordo prevê a coleta de dados sobre o transporte de helicópteros sob demanda da Flapper para que, no futuro, a plataforma utilize as informações para operar 25 eVTOLs desenvolvidos pela Eve.

A startup brasileira busca liderar o mercado global de eVTOLs, com operações já confirmadas para os EUA, Reino Unido, Austrália e principais locais da África e Ásia. “O nosso olhar é para atender o mercado global. Enxergamos que existe um potencial delevado. Com a demanda das grandes cidades, temos que fazer um trabalho em rede, desenvolver todo o ecossistema”, afirmou Ciaccia.

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