Anfavea volta a defender a redução no imposto de importação para carros elétricos

Na visão de Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, país precisa começar 2022 com o sistema tributário adequado a novas tecnologias de propulsão


O presidente da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos), Luiz Carlos Moraes, voltou a defender a redução no imposto de importação para carros elétricos ou a hidrogênio. A NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) que estabelece em até 7% o imposto para esses veículos vence em dezembro e, caso não seja renovada, as alíquotas subirão para 35%.

“Estamos trabalhando com o governo e a Sindipeças (entidade que representa os fabricantes de autopeças) e esperamos resolver isso o quanto antes para começarmos 2022 com um sistema tributário mais adequado. O Brasil não pode ir para a COP26 taxando novas tecnologias [mais sustentáveis]”, disse Moraes, durante o 10º Simpósio da SAE Brasil, citando a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que acontece entre outubro e novembro deste ano.

O executivo afirma que o governo precisa ser ambicioso e dar mais atenção à indústria automobilística para acelerar a descarbonização do transporte. “Precisamos parar de pensar apenas na arrecadação e enxergar o tema com um olhar mais amplo, do ponto de vista da sociedade, da economia e do meio ambiente”, disse o presidente da Anfavea. “Reduzir o imposto de importação, conforme a eficiência energética do veículo, vai estimular os consumidores e atrair esse mercado enquanto não temos condições para produzir localmente.”

Segundo um estudo recente da Anfavea e do BCG (Boston Consulting Group), com o desenvolvimento dos pilares certos para a descarbonização do transporte (regulação e incentivos, investimentos, tecnologias, infraestrutura e análiise do custo total de propriedade), em 2035, 62% dos veículos novos vendidos no Brasil terão algum grau de eletrificação. Para isso, seriam necessários investimentos de R$ 14 bilhões no setor nos próximos anos, além da melhoria da eficiência energética do país para atender a demanda de consumo para recarga.

Do contrário, no ritmo atual, em 15 anos apenas 32% dos novos veículos seriam eletrificados.

O presidente da associação também voltou a defender a renovação da frota de caminhões e apontou a eletrificação de veículos pesados como um caminho para acelerar a descarbonização. “Estamos bastante esperançosos que nas próximas semanas seja discutido com o governo, finalmente, depois de 20 anos, o projeto piloto para a renovação da frota de caminhões”, afirmou Moraes. “Se não atacarmos a frota velha, não vamos ter uma redução substancial das emissões CO2 no Brasil.”

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