Umicore prepara-se para fornecer as novas tecnologias que serão necessárias a partir da L7
Automotive Business -
Aos 30 anos de Brasil, fabricante de catalisadores se prepara para que montadoras possam atender ao Proconve L7, que estreia em janeiro, e ao L8, em 2025
Zeca Chaves, AB
No ano em que está comemorando seu 30º aniversário no Brasil, a fabricante de catalisadores Umicore prepara-se para fornecer as novas tecnologias que serão necessárias a partir da L7, fase do Proconve prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.
A nova etapa vai impor limites mais rigorosos de emissões a automóveis e comerciais leves no Brasil, exigindo das montadoras e dos fornecedores a produção de motores e equipamentos antipoluentes ainda mais sofisticados.
O Proconve L7 será particularmente mais exigente com os catalisadores, que a partir de janeiro serão obrigados a ter uma vida útil maior. “Com a entrada do L7, os catalisadores que hoje devem durar até 80 mil km vão passar a 160 mil km”, diz Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore, durante evento online sobre os 30 anos da empresa, realizado na quarta-feira, 27.
Com isso chegará ao mercado brasileiro uma nova geração de catalisadores, que serão mais caros que os usados na fase L6, pois utilizam uma quantidade maior de metais preciosos, além de exigir recursos técnicos mais elaborados.
Essa é apenas uma das três tecnologias que a Umicore está oferecendo às montadoras, porém tem sido a mais demandada: o novo tipo de catalisador já começou a ser requisitado por uma parte dos fabricantes de veículos antes mesmo do início da fase L7.
Recursos que são o estado da arte
A empresa também tem na suas prateleiras outras duas inovações para ajudar no combate às emissões: o filtro catalítico de partículas de gasolina (GDPF na sigla em inglês) e o adsorvente de hidrocarbonetos, mais conhecido como HC Trap.
O GDPF ajuda a reduzir a emissão do material particulado (fuligem) e seu acúmulo nos sistemas de filtragem dos gases de escape. Já o HC Trap é indicado para baixar a taxa de hidrocarbonetos e de etanol não queimado na fase fria do motor. Mas não será em 2022 que ambos passarão a ser necessários.
“Devido à legislação do Proconve, elas ainda não precisam ser aplicadas. Para o HC Trap estamos vendo uma possibilidade de aplicação na legislação PL8, que entra em vigor em 2025, enquanto o GDPF requer o estabelecimento de um limite rígido para particulados em veículos com motor ciclo Otto”, explica Blumrich.
Segundo Miguel Zoca, gerente de tecnologia aplicada, alguns desses recursos são tão avançados que são novidade mesmo em nível global. “O HC Trap é uma tecnologia ‘state of the art’, ainda não utilizada no mundo. É uma opção tecnológica importante para o PL8, e algumas montadoras já demonstraram interesse nela”, complementou Zoca. “O GPF já é bem conhecido mundialmente e utilizado em veículos Otto onde as legislações mais rígidas exigem, mas para o PL7 ele ainda não é necessário.”
30 anos no Brasil
Dentro das celebrações das três décadas de presença no Brasil, a Umicore divulgou em seu evento comemorativo alguns números que mostram a importância dos catalisadores no combate à poluição do ar.
Blumrich relembrou que a Umicore abriu sua fábrica Americana (SP) em 1991, passando a produzir os catalisadores antes mesmo que se tornarem obrigatórios, o que só ocorreria em 1997, por determinação do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).
Antes da sua obrigatoriedade, a emissão média de monóxido de carbono (CO) por veículo era acima de 54 g/km enquanto hoje está abaixo de 1 g/km. O catalisador é capaz de converter 98% dos gases tóxicos emitidos pelo motor, como monóxido de carbono, óxido de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC), em substâncias inofensivas.
Desde o início da produção nacional, a Umicore já fabricou mais de 55 milhões de catalisadores, que foram destinados também à exportação, como no caso da Austrália, que chegou a consumir 1 milhão de unidades quando ainda era um país produtor.
Além da fábrica, a empresa conta com um centro técnico que é responsável pelo desenvolvimento dos seus produtos e pelos testes dos motores e veículos. O centro foi inaugurado logo em 1992 e recebeu expansões em 2009 e 2013, quando ganhou bancada para avaliações de motores de até 620 kW (843 cv), analisadores de gases de última geração e um dinamômetro para veículos 4x4.