Anfavea e entidades do setor automotivo lançaram o movimento Mobilidade Sustentável de Baixo Carbono
Automotive Business -
Anfavea, Sindipeças, Unica, AEA e SAE Brasil apostam em cooperação técnico-científica para traçar estratégias e pleitear políticas públicas
Com a aproximação da COP-26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas) e após criticar o possível aumento na taxa de importação de veículos elétricos, a Anfavea e demais entidades do setor automotivo lançaram na quarta-feira, 27, o movimento Mobilidade Sustentável de Baixo Carbono (MSBC). A iniciativa tem como objetivo desenvolver um plano para ampliar o uso dos biocombustíveis, acelerar a descarbonização do transporte no Brasil e tornar exportáveis as soluções locais de baixa emissão - muitas vezes consideradas jabuticabas brasileiras.
Para cumprir a missão ambiciosa, o movimento une a Anfavea, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) e a Sociedade de Engenharia Automotiva (SAE Brasil), além de acadêmicos e pesquisadores.
Por meio da cooperação técnico-científica, as entidades vão trabalhar na introdução de soluções de baixo carbono no médio prazo, em até 15 anos. A ideia é definir estratégias para implementar tecnologias de mobilidade sustentável, com energia limpa e baixo custo. O movimento propõe unificar iniciativas como Rota 2030, Proconve e RenovaBio, além de trabalhar para ampliar a presença internacional das soluções de baixa emissão desenvolvidas aqui.
Outra medida do coletivo será a recomendação de uma nova metodologia de cálculo de emissões para as emissões de CO2 dos veículos, garantindo que a métrica englobe toda a cadeia de produção de combustíveis e de energia, do poço à roda. Dessa forma, será possível considerar a emissão de carbono desde a produção dos combustíveis até a emissão pelo escapamento dos veículos (atualmente, apenas a última etapa entra na conta).
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a colaboração do movimento nas discussões de políticas públicas de mobilidade vai ajudar a construir “uma visão abrangente, responsável e de longo prazo, de forma que o Brasil ofereça um ambiente seguro e de previsibilidade para receber os enormes investimentos para descarbonização, como a Europa, EUA, China e Índia fizeram.”
O executivo afirmou ainda que a cooperação pretende traçar uma rotas tecnológicas abrangente, apesar de o trabalho do grupo estar focado nos biocombustíveis. “Na Anfavea tem uma discussão bem transparente sobre a complementariedade das tecnologias”, disse. “Temos de levar em consideração as tecnologias e a infraestrutura. Por outro lado, o protagonismo dos biocombustíveis precisa do crescimento da indústria para que possamos ter combustível de qualidade para todo o país.”