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Juliana Coelho é a primeira mulher a assumir o cargo de head global do modo de produção da Stellantis

Na empresa desde 2013, engenheira pernambucana é a primeira mulher a ocupar tal posição


Natália Scarabotto, AB

Aos 32 anos, a pernambucana Juliana Coelho será a primeira mulher a assumir o cargo de head global do modo de produção da Stellantis. A engenheira será responsável por construir um sistema de gestão que combine as melhores práticas de cada uma das marcas do grupo.

 “Estamos construindo o que há de melhor em metodologia no Polo Jeep, em Goiana (PE), e em outras. Poder aplicar isso em larga escala é um desafio que me deixa muito entusiasmada”, disse Juliana.

Formada em engenharia com pós-graduação em Petróleo e Gás, a executiva iniciou sua carreira em 2013, como especialista de processo de pintura no primeiro time de funcionários do Polo Jeep em Goiana (PE), onde são produzidos os Jeep Compass, Renegade e a picape Fiat Toro.

Em 2020, assumiu o post de gerente da mesma fábrica, sendo a primeira mulher a ocupar essa posição na então Fiat Chrysler Automóveis (FCA). Mais recentemente, chefiou a área responsável por novos desenvolvimentos na manufatura para a América Latina dentro do Polo Fiat, em Betim (MG).

Com os anos de experiência na fábrica Jeep, Juliana pretende levar as conquistas locais para toda a Stellantis. “Tudo o que evoluímos como melhores práticas, soluções em produtividade, é um background do processo produtivo. Como plant manager pude acompanhar o processo completo da produção dos veículos, além de termos 16 fornecedores, uma interface de parceiros que também é algo que vamos levar.”

Mulheres devem ser incentivadas para cargos de liderança

Juliana será a primeira mulher a assumir o cargo de head global do modo de produção da Stellantis, uma conquista para ela e para a diversidade no setor automotivo. “Entendo que sou inspiração para algumas mulheres, assim como também me inspiro em várias outras com quem tive contato na fábrica de Goiana”, contou.

Durante o último um ano e meio, a executiva participou de um programa da Stellantis de mentoria para lideranças femininas, com o qual desenvolveu competências profissionais de gestão. “É muito importante termos um retrato da sociedade dentro da empresa, que é diverso. Mais do que isso, temos que desenvolver esses talentos, com programas e ações, para que as mulheres não fiquem no caminho.”

Juliana, no entanto, ainda é um ponto fora da curva no setor. Segundo o estudo Diversidade no Setor Automotivo 2021, realizado por Automotive Business com coordenação técnica de MHD Consultoria, na liderança, a representatividade das mulheres na liderança é ínfima: apenas 0,6% em relação ao total de colaboradores.

O setor sofre com um funil hierárquico entre homens e mulheres no qual a maior equidade entre os gêneros é nos cargos de aprendizes, trainees ou estagiários. A desigualdade é evidente conforme os cargos ficam mais elevados. No conselho, apenas 16% são mulheres, há 12% de participação feminina na presidência e vice-presidência e 16% em posições de diretoria.

 

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