O mercado de carros elétricos vem apresentando uma crescente. Dados da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, mostram que o segmento cresceu 77% em 2021 em relação ao ano anterior. Mesmo com esse avanço e toda a perspectiva de expansão para os próximos anos, a infraestrutura disponível no Brasil ainda precisa crescer.

Para Rodrigo Aguiar, sócio-fundador da Elev, empresa que apresenta soluções para o mercado de automóveis elétricos, a mobilidade é um fator determinante para realizar a compra de um veículo. "É importante que existam eletropostos o suficiente, disponíveis, para que o consumidor se sinta confortável em adquirir um carro elétrico. É necessário que a estruturação acompanhe essa progressiva no número de vendas para que ela siga em uma crescente, porém ainda não é o que acontece”.

No Brasil, a iniciativa privada neste momento, está assumindo a responsabilidade do estruturamento dos eletropostos, até como forma de não sair em prejuízo com os carros híbridos e elétricos. Por conta disso, as montadoras entram como investidoras desses pontos de recarga. Esse movimento difere de outros países, onde, normalmente, os órgãos públicos incumbem-se desse compromisso. A falta de carregadores torna-se um empecilho para o consumidor que pretende ter um veículo elétrico, freando o avanço do segmento.

Em uma tentativa de incentivar esse mercado para a redução da emissão de CO2, a prefeitura da cidade de São Paulo determinou, em 2021, que prédios residenciais e comerciais construídos a partir de março devem possuir carregadores em suas garagens. “Ter esses postos dentro dos próprios condomínios é um facilitador para quem é dono de um carro elétrico. Normalmente, passamos a maior parte do nosso tempo em nossas casas, e ter esse carregamento sendo feito nesse momento é o ideal para que o consumidor consiga utilizar o veículo o dia todo sem precisar recorrer a carregadores”, explica Rodrigo.

Segundo o Presidente da ABVE, Adalberto Maluf, 99% da energia elétrica utilizada para o carregamento noturno tem como origem fontes renováveis, como usinas eólicas e pequenas hidrelétricas, reforçando o conceito sustentável dos elétricos, especialmente com as recentes altas no valor dos combustíveis fósseis. Além disso, várias montadoras já declararam o fim da produção de motores a combustão para os próximos anos.