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Acordo para descarbonizar o transporte marítimo e reduzir a poluição plástica nos oceanos

Líderes mundiais lançaram coalizão para desenvolver mercado de carbono azul e acelerar financiamento climático


por Gabriel Chiappini

Reunindo mais de 40 líderes mundiais, o The One Ocean Summit — primeira cúpula global de alto nível dedicada à proteção dos oceanos — terminou na última sexta (11/2) com compromissos para combater a pesca ilegal, descarbonizar o transporte marítimo e reduzir a poluição plástica nos oceanos.

Mais de 100 países assinaram o Compromisso Brest para os Oceanos, que traz alguns acordos na área de transporte marítimo:

  • 22 armadores europeus se comprometeram com o novo rótulo Green Marine Europe, que envolve medidas de redução de ruído subaquático e emissões de gases de efeito estufa, de descarga de óleo e de reciclagem de navios.
  • 35 atores, incluindo 18 grandes portos europeus e globais, se comprometeram a acelerar o fornecimento de eletricidade aos navios atracados para limitar as emissões de gases de efeito estufa e reduzir a poluição atmosférica em cidades portuárias muitas vezes densas.
  • Todos os países mediterrânicos, juntamente com a União Europeia, se comprometeram a pedir à Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês) que crie uma zona de baixas emissões de enxofre em todo o Mediterrâneo a partir de 1 de janeiro de 2025.

O evento, que aconteceu por três dias em Brest, na França, é o ponto de partida de uma série de encontros internacionais este ano onde os oceanos serão o tema central, incluindo a Conferência dos Oceanos da ONU em Lisboa, em junho, e a COP27 no Egito, em novembro.

Segundo o presidente francês Emmanuel Macron, organizador do encontro, o ano de 2022 será decisivo.

“Em Brest hoje, precisamos nos comprometer e fazer promessas firmes e claras”, disse aos convidados.

Na quinta (10/2), Macron anunciou a expansão da termeletricidade nuclear no país como estratégia para atingir a neutralidade de carbono em 2050.

Mercado de carbono azul

Na cúpula, o presidente francês também destacou a importância dos oceanos na captura de carbono e lançou uma coalizão para desenvolver o mercado de carbono azul, ao lado da Costa Rica e da Colômbia, e de instituições financeiras como HSBC e Bank of America.

“Preservar a vegetação subaquática é uma das soluções concretas para o aquecimento global. Hoje estamos lançando uma coalizão pelo carbono azul, para identificar e financiar ações em prol da nossa biodiversidade”, disse.

A ideia da coalizão é reunir projetos de carbono azul e acelerar o financiamento climático que apoie a biodiversidade.

“Planejamos alcançar mais parceiros nas próximas semanas. Essa parceria vai alinhar investidores e implementadores em torno de princípios e prioridades compartilhados”, afirmou M. Sanjayan, CEO da Conservation International — entidade que também integra a coalizão.

 

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