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Marcopolo registra lucro líquido de R$ 98 milhões no primeiro trimestre

Resultados da empresa no primeiro trimestre apresentaram alta em função de maiores vendas no mercado regional


Bruno de Oliveira, AB

A Marcopolo registrou lucro líquido de R$ 98 milhões no primeiro trimestre, resultado que foi creditado à volta das vendas de ônibus rodoviários, segundo James Bellini, CEO da companhia. A receita, no período, cresceu 15% sobre aquela registrada em igual período no ano passado, somando R$ 958,6 milhões.

"O desempenho no primeiro trimestre foi muito diferente daquele visto nos outros meses de pandemia. Estamos vendo agora um ritmo bem importante de recuperação de retomada no segmento rodoviário motivado pelo turismo. As pessoas ficaram sem viajar e agora elas querem sair", disse o executivo.

Bellini também citou um certo movimento de renovação de frota no período, bem como as vendas do novo modelo de carroceria, o Marcopolo G8, como outros fatores que levaram a empresa a registrar números positivos no janeiro-março. "Temos também a migração dos passageiros do setor aéreo, cujas passagens aumentaram, para o transporte terrestre."

A respeito da produção, saíram das linhas da companhia no primeiro trimestre pouco mais de 3 mil unidades, o que significa alta de 5% sobre o volume produzido no primeiro trimestre do ano passado, apontam dados do balanço da companhia divulgados na terça-feira, 3.

O CEO da Marcopolo afirmou, ainda, que há demanda reprimida por ônibus no país, e que as vendas no primeiro trimestre só não foram maiores porque há descompasso na produção nacional de chassis de ônibus por causa da escassez de semicondutores e outros componentes necessários à produção veicular.

Aumento do quadro em Caxias do Sul

Ainda de acordo com o executivo, tanto a fabricante quanto os seus fornecedores têm capacidade para retomar o ritmo de produção de 2019 caso a produção seja reestabelecida e equalizada de acordo com a demanda. "Houve recuperação das finanças dos clientes no final do ano passado. Muitos acertaram suas contas e voltaram a ter acesso ao crédito", contou Bellini.

A própria Marcopolo passou por processo de reestruturação nos últimos dois anos. A companhia reduziu o número de fábricas no país de cinco para três unidades (fechou uma no Rio de Janeiro e outra em Caxias do Sul), e reduziu seu custo fixo em 30%, redução que viabilizou o break even da operação no ano passado.

Com a operação mais enxuta, e as vendas voltando ao patamar de crescimento no mercado interno, a empresa passou a aumentar o seu quadro ao longo do primeiro trimestre, movimento inverso àquele visto ao longo da pandemia, quando a companhia promoveu demissões. De janeiro a março, segundo Bellini, foram contratados mil funcionários.

Produção de ônibus elétrico

A companhia projetou para o quarto trimestre do ano a produção integral, do chassi a carroçaria, de um modelo de ônibus elétrico. O projeto começou há cinco anos, disse Bellini, como uma resposta ao avanço de marcas chinesas de ônibus no mercado brasileiro. "Como as montadoras não tinham planos de produção local de powertrain elétrico, decidimos assumir essa produção."

O veículo é derivado de um protótipo produzido no ano passado e tem um índice de conteúdo nacional de 50%. A outra parte trata basicamente da bateria, que é produzida pela CATL e, portanto, importada da China. Ainda está em estudo em qual unidade Marcopolo será instalada a produção em série do veículo, se na unidade Ana Rech, em Caxias do Sul (RS), ou na unidade instalada no Espírito Santo.

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