Conceito de Operações para a mobilidade aérea urbana no Rio de Janeiro
Automotive Business -
Braço de eVTOLs da empresa cria Conceito de Operações para tráfego dessas aeronaves no Rio
A Eve, braço de carros voadores, os eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical) da Embraer, divulgou na última quarta-feira, 4, um Conceito de Operações (Conops) para a mobilidade aérea urbana no Rio de Janeiro. No documento, a empresa prevê que a cidade tem potencial para receber até 245 eVTOLs e 37 vertiportos até 2035.
Seriam 100 rotas operando até 2035, as quais levariam 4,5 milhões de passageiros anualmente e gerariam US$ 220 milhões de dólares por ano. Entre 2026 e 2035, a empresa estima que o total de ganhos seria de US$ 23 bilhões. Além disso, 11 milhões de toneladas de carbono deixariam de ser emitidas por ano, o equivalente ao que é liberado por 4 mil carros no período.
O arquivo, que pode ser acessado em inglês no site da Eve, prevê que os eVTOLs serão uma opção “realista e acessível” no Rio em cinco anos. Viagens que levariam uma hora de carro poderão ser feitas “em minutos”. Além disso, a cidade conseguiria gerar novas fontes de renda, criar empregos, construir infraestrutura verde e descarbonizar parte de seu transporte.
Três pontos foram eleitos como os melhores para as origens e destinos das viagens de eVTOL no Rio, segundo o documento: Copacabana, Barra da Tijuca e Centro. Juntos, eles somam mais de 40% dos destinos das pessoas que descem no Aeroporto do Galeão. Estabelecendo vertiportos nessas áreas, seria possível economizar de 16 a 75 minutos de viagem a partir do aeroporto.
Segundo a Eve, além dos vertiportos, a estrutura precisará contar com um Provedor de Serviços de Espaço Aéreo Urbano (UASP), o qual ficará responsável por autorizações de voos, troca e informações, controle de fluxo, monitoramento, reserva de espaços nos vertiportos e muito mais. Será, na prática, um novo órgão público com atuação ativa no dia a dia.
No modelo de serviços previsto pelo Conops, os passageiros que desembarcassem no aeroporto poderiam solicitar a viagem de eVTOL por aplicativo, embarcar nos veículos, descer em algum vertiporto e então fazer a conexão de última milha com algum outro serviço, como táxi.
A Eve também fez uma pesquisa com habitantes da cidade para saber o que eles pensam sobre a nova tecnologia. Entre os insights apurados estão a preocupação em garantir a segurança das aeronaves e do serviço durante más condições do tempo, a necessidade de garantir distâncias curtas entre os vertiportos e o destinos finais e a expectativa de que seja oferecido um serviço de qualidade, uma vez que a população considera baixa a qualidade dos serviços no Rio de Janeiro.
O Conops foi desenvolvido por meio de uma cooperação inédita com onze parceiros estratégicos e entidades governamentais, incluindo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), EDP Brasil, Helisul, Skyports, Flapper, RIOgaleão, Universal Aviation, ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), além do Beacon, plataforma que conecta o ecossistema de serviços de manutenção aeronáutica, e da Atech, responsável pelo controle e gestão de tráfego aéreo (civil e militar), ambas empresas do Grupo Embraer.