Eaton chega aos 65 anos de operação no Brasil
Automotive Business -
Companhia completa 65 anos de operação nacional com negócios em expansão
A Eaton, fabricante de componentes para motores e transmissões, chega aos 65 anos de operação no Brasil com muito a comemorar. Ao menos é o que conta Ricardo Monzani, diretor de automóveis e picapes da companhia. “Nos últimos anos, nosso faturamento cresceu sempre acima do PIB brasileiro, que é uma métrica importante para nós”, disse durante o Press Day da empresa, na segunda-feira, 3.
O executivo aponta que, com a expansão da linha de produtos, a companhia triplicou o faturamento com a venda de transmissões nos últimos 10 anos. Diante dessa evolução, ele reforça que a empresa vem investindo de forma consistente para lançar novas tecnologias, modernizar a produção e fortalecer a engenharia local.
Ainda que não revele o montante, o executivo indica que o valor tem passado por incrementos ano após ano. “Em 2022, vamos investir 30% a mais do que em 2021”, diz. O aporte mais robusto pretende acompanhar a entrada de novos projetos.
A oferta da Eaton para eletrificação e transição energética
O presidente da organização para a América do Sul, Antônio Galvão, fez uma breve participação no evento, ainda que sem reservar tempo para responder às perguntas da imprensa convidada para a visita à planta da companhia em Valinhos (SP). Em sua apresentação, o executivo destacou o que seria o tripé que garante o crescimento da organização.
Em primeiro lugar, ele enumera a sustentabilidade e a busca por oferecer produtos com baixo impacto ambiental, em seguida aparece a digitalização e, por fim, a eletrificação – e é aí que entra a oferta da divisão eMobility da companhia.
“Projeções da IHS indicam que, globalmente, a participação dos veículos elétricos vai saltar dos atuais 17% para 43% em 2030. No Brasil, o processo será mais lento: devemos ter só 5% de presença dos elétricos em 2030 e é por isso que oferecemos soluções para todos os caminhos que nossos clientes façam da combustão interna à propulsão elétrica”, diz.
Ele acredita que, nessa jornada por uma mobilidade livre de carbono, o protagonismo local deve ficar com os veículos híbridos a biocombustíveis. Nesse escopo, a Eaton confirma estar negociando com algumas montadoras de veículos o fornecimentos de conjuntos ou componentes para veículos eletrificados, além de serviços e projetos nessa área.
O conhecimento para a entrega das novas soluções vem crescendo de forma acelerada a partir da aquisição de empresas especializadas, como a Royal Power Solutions, incorporada à organização no começo de 2022.
Produção fortalecida com impulso das exportações e do aftermarket
Com quatro fábricas no Brasil em Valinhos, Mogi Mirim e São José dos Campos (SP), além de Caxias do Sul (RS), a Eaton trabalha atualmente com dois ou três turnos de produção, dependendo da linha e do tipo de componente, conta Monzani.
Com esse ritmo, a empresa abastece o mercado interno e a demanda internacional. “Exportamos tanto para outras operações da Eaton, quanto diretamente para outros clientes fora do Brasil”, conta, destacando que 25% do que sai das linhas de montagem locais têm outros países como destino.
As fábricas brasileiras também atendem ao crescente aftermarket. Segundo a organização, as vendas ao segmento têm aumentado ao ritmo de dois dígitos nos últimos anos, o que fez com que a Eaton dobrasse sua participação de mercado nos últimos cinco anos. Com isso, o Brasil é o segundo maior país em vendas ao mercado de reparação do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, onde fica a matriz da companhia.
Por coincidência ou não, foi no Brasil que a empresa abriu sua primeira operação depois da estadunidense, 65 anos atrás, um pioneirismo que a equipe local da Eaton parece determinada a manter pelas próximas décadas.