Jardim Filtrante é uma tecnologias que está sendo cada vez mais empregada
Libris -
Entre os novos bons exemplos, estão o Parque Caiara, em Recife, um projeto de 7 mil metros quadrados para recuperar as águas do Riacho do Cavouco,
O cuidado com nossos recursos hídricos está ganhando um número maior de adeptos, tanto na área pública quanto privada. E uma das tecnologias que está sendo cada vez mais empregada por estes setores é o de Jardim Filtrante. Entre os novos bons exemplos, estão o Parque Caiara, em Recife, um projeto de 7 mil metros quadrados para recuperar as águas do Riacho do Cavouco, um dos afluentes do Rio Capibaribe, principal rio da cidade. E em Benevides, na região metropolitana do Pará, um Jardim Filtrante em uma área de 3,7 mil metros quadrados foi instalado para o tratamento do esgoto doméstico de um Centro de Distribuição.
“Sem qualquer uso de produto químico e com baixo consumo energético, a solução tem capacidade de tratamento de esgoto doméstico para até 700 pessoas. Ou um total de 62,75m3 ao dia”, conta Leo Cesar Melo, CEO da Allonda, empresa de engenharia com foco em soluções sustentáveis, responsável pela implantação do Jardim Filtrante no Centro de Distribuição, em parceria com Phytorestore, proprietária da solução.
De acordo com o CEO, entre as vantagens que esse tipo projeto oferece, além de ser uma solução sustentável, sua operação é de baixo custo, bem mais acessível para um resultado semelhante ao de uma Estação de Tratamento convencional, e de rápida implantação.
O Jardim Filtrante funciona por meio de uma combinação de ecossistemas, com plantas selecionadas de acordo com a sua capacidade de extração, fixação e tratamento dos poluentes.
“É necessário também levar em consideração fatores ambientais da região como as características do clima e as espécies vegetais nativas mais indicadas para o projeto, a partir da análise dos poluentes que serão tratados no sistema. A solução é pensada de forma integrada com a localidade. A fim de conquistar resultados além do tratamento, pensamos nos ganhos voltados para a biodiversidade e resiliência climática do local”, explica Vitor Hugo Terres, diretor de operações da Phytorestore.
Desenvolvido pelo engenheiro agrônomo, urbanista e paisagista francês Thierry Jacquet, o primeiro Jardim Filtrante em espaços públicos foi construído entre 2003 e 2006, em Nanterre, região metropolitana de Paris, para despoluir o rio Sena.
Para Leo Cesar Melo, a adoção por esse tipo de solução deve crescer conforme for aumentando a consciência pela necessidade de preservação dos nossos recursos hídricos. “É urgente que se faça melhor uso da água em todo o mundo”, reforça o CEO da Allonda. Segundo pesquisa divulgada no ano passado pela revista online Nature Water, o ritmo de poluição da água poderá causar uma crise de abastecimento hídrico até o final do século, se nada for feito para mudar o cenário atual. Isso pode fazer com que até 5,5 bilhões de pessoas em todo o mundo estejam expostas à água poluída pelo menos até 2100.
“Será somente por meio da redução do desperdício, do fim do descarte incorreto e do uso racional, que vamos conseguir criar uma nova era pautada na preservação dos nossos recursos naturais, e que vai nos ajudar a garantir o futuro equilibrado de todas as nossas atividades. Afinal, não podemos nem sequer imaginar o quanto custaria a todos nós não ter mais acesso à água. Ou seja, a afirmação ‘água é vida’ resume bem o tom de conscientização que todos nós devemos ter”, conclui Leo Cesar Melo.
Marco Paulo Ferreira <marcopaulo@libris.com.br>