Eaton Mobility lançou a nova linha de transmissão automatizada Advantor no Brasil

Novo componente faz parte dos investimentos de R$ 800 milhões que a companhia desembolsou na operação brasileira desde 2020


Ana Paula Machado

A Eaton Mobility lançou a nova linha de transmissão automatizada Advantor no Brasil. A caixa, que foi desenvolvida pela engenharia brasileira, faz parte dos investimentos de R$ 800 milhões que a companhia aplicou na operação brasileira desde 2020. 

Segundo o presidente da Eaton para a América do Sul, Antonio Galvão, a companhia já faz a demonstração da nova transmissão, de 6, 8 e 10 marchas, para as montadoras de veículos pesados. O início da produção vai depender de contratos firmados com os clientes. 

“Para iniciarmos a fabricação precisamos calibrar a transmissão de acordo com cada veículo que ela irá equipar. É diferente para cada montadora. Mas estimamos que devemos começar a produzir já no próximo ano”, disse Galvão. 

A nova linha vai substituir a gama atual de transmissão automatizada que a companhia oferece no país. A Advantor-6 foi desenvolvida para o mercado de caminhões leves e microônibus, a Advantor-10 foi destinada ao segmento de caminhões semipesados e a Advantor-8 deve equipar ônibus médios.

A transmissão foi feita sobre uma base mecânica já existente. Ela tem vários recursos como assistente de partida em rampa, o auto neutro e o modo manobra. Segundo a Eaton, a seleção de marchas e a comunicação com o motor reduzem em até 20% o consumo de combustível comparado com transmissões automáticas em veículos vocacionais. 

Produção deve se iniciar em 2025

A expectativa da companhia é de que a série de 6 velocidades deve começar a ser produzida no primeiro trimestre de 2025 e, logo depois, a caixa de 10 velocidades deve entrar em linha de montagem no fim do próximo ano. Já a de 8 marchas deve começar a ser fabricada no primeiro semestre de 2026. 

Galvão ressaltou que essa nova linha tem um índice de nacionalização de em torno de 70% e, para alcançar esse nível, foi preciso localizar algumas peças que eram importadas dos Estados Unidos. “Componentes como freio de inércia, atuador de embreagem linear, unidade eletrônica de controle e atuador XY são de fornecedores novos.”

Transmissão pode ser adaptada para elétricos

A nova linha, segundo Galvão, pode ser exportada para outros mercados, caso ocorra demanda. “Nosso time global está avaliando outros países para essa nova transmissão. A China, por exemplo, pode ser que tenha a linha e produza na unidade de lá. Tudo vai depender da demanda.”

A transmissão, apesar de não ter sido desenvolvida para veículos elétricos, pode sofrer poucas adaptações e, com isso, equipar veículos eletrificados, de acordo com a empresa. 

Para este mercado, a companhia tem no Brasil uma caixa de quatro velocidades hoje importada dos EUA. “Dependendo da demanda podemos localizar essa produção, mas isso irá acontecer somente se tivermos escala”, disse Galvão. 

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