O Brasil é reconhecido mundialmente como o país que já faz a transição energética e tem 88% de energia elétrica, limpa e renovável. O patrimônio nacional em transição energética é imenso, com 85% da eletricidade gerada de fonte limpa; com os biocombustíveis, como etanol e o biodiesel, e com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Nesta potência global verde, a bioenergia ocupa relevante papel no curto, médio e longo prazos. Fontes de energia de qualidade, ambientalmente sustentável e que promovam a redução nas emissões de gases de efeito estufa são oportunidades para o desenvolvimento do país.

No caso do biodiesel, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que 7,34 bilhões de litros de biodiesel foram entregues pelas empresas às distribuidoras em 2023. O volume é recorde e representa aumento de cerca de 20% em relação a 2022 e 7,7% acima do número de 2021, quando foi registrado o melhor desempenho histórico. No período, houve o aumento da mistura no diesel fóssil, de 10% para 12% (B12), anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no início do ano passado.

Neste ano, que já tem uma mistura ampliada de B14, e no próximo, com a previsão do CNPE de aumento para B15, além do Projeto de Lei Combustível do Futuro, que está em análise no Senado para ampliar o espectro de rotas tecnológicas de biocombustíveis, a tendência é de um expressivo aumento de necessidade de profissionais especializados nessa área.

De olho nesse mercado, a Fundação Universidade de Passo Fundo (RS), por meio do Integrado UPF, e a Be8, empresa nacional líder em produção de biodiesel, oferecem o curso Técnico em Biocombustíveis. Com inscrições abertas, o curso formará profissionais capacitados para atender a demanda, com possibilidade de contratação para a nova planta industrial anunciada pela empresa para produção de etanol, prevista para operar 2026.

O curso foi pensado para habilitar o profissional nas mais diversas áreas de atuação, desde operar e controlar processos de produção, até supervisionar a aquisição, comercialização e distribuição dos produtos biocombustíveis. Conforme o diretor do Integrado, Jonir Dalbosco, houve um movimento pedagógico parar unir a Instituição com o mercado de trabalho.

“Em especial na educação profissional, nós precisamos interagir com as indústrias, com as empresas, de forma que a gente possa contribuir com a qualificação, com o aprimoramento, com o aperfeiçoamento e também com a formação inicial e continuada dos profissionais dessas instituições. Temos um olhar principalmente com a formação de profissionais técnicos de nível médio, que são profissionais extremamente importantes”, observou.

Para o Presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella, o Brasil já comprovou que os biocombustíveis têm um papel concreto e imediato para a transição energética global para uma matriz mais limpa. Diante desse cenário, é urgente e necessária a formação de profissionais para atender a demanda e atuar nas frentes de trabalho.

“Para avançarmos em nosso posicionamento estratégico de construir uma companhia de tecnologia global, focada em energias renováveis, com investimentos em inovação e avanço no processo de internacionalização, dependemos de uma equipe qualificada para apoiar o cumprimento desses desafios”, destacou Battistella. Segundo ele, Passo Fundo também tem papel importante nesse processo. “Esse projeto de educação é mais uma etapa importante e faz parte desse caminho que devemos percorrer para atingir nossos objetivos”, completou.

Inscrições abertas

O curso Técnico em Biocombustíveis contará com 1.600 horas/aula, sendo que 400 horas serão de estágio curricular. As atividades serão presenciais, de segunda a sexta-feira, à noite e aos sábados pela manhã. Para se inscrever o candidato deve ter concluído o ensino médio e/ou educação de jovens e adultos (EJA).

As inscrições podem ser feitas no site www.integradoupf.com.br/cursos-tecnicos/detalhe/curso-tecnico-em-biocombustiveis.

Isabela Miranda (isabela.miranda@analitica.inf.br)