A rápida transformação da gestão de energia pela digitalização possibilita que os consumidores se tornem autoprodutores

O mercado de armazenamento de energia tem previsão de expansão de 12,8% ao ano até 2040, movimentando mais de US$ 12,5 bilhões no Brasil


A rápida transformação da gestão de energia pela digitalização está possibilitando que os consumidores se tornem autoprodutores - ou prosumers. Esse processo, normalmente executado por meio de fontes como energia solar e eólica, está se tornando uma realidade cada vez mais comum e é acompanhado por um crescimento projetado no abastecimento energético.

O mercado de armazenamento de energia tem previsão de expansão de 12,8% ao ano até 2040, movimentando mais de US$ 12,5 bilhões no Brasil, segundo dados da consultoria CELA. Nesse sentido, há ferramentas que propiciam o controle mais eficiente do consumo, armazenamento e comercialização de energia e são consideradas fundamentais para otimizar essa transição para os prosumers.

Por meio de medidores inteligentes, sistemas de armazenamento de energia e plataformas online, chamados de “tecnologias empoderadoras”, é possível ajustar os padrões de consumo em tempo real e integrar diferentes fontes de geração.

Essa relação entre a digitalização da gestão da energia e o crescimento do mercado de armazenamento de energia nos mostra a necessidade de inovação e resiliência no setor, especialmente em meio à crescente conscientização global sobre sustentabilidade e eficiência energética.

A implementação de tecnologias digitais no gerenciamento da energia pelos prosumers é crucial para promover uma transição rumo a uma matriz energética mais sustentável. Ao priorizarem a eficiência, a integração e o armazenamento de fontes renováveis, os autoprodutores podem ajudar significativamente na expansão do uso da energia limpa.

Um relatório recente do think tank climático Ember revela um recorde: 30% da produção mundial de energia agora são provenientes de fontes renováveis. Esse avanço, no entanto, destaca a urgência de mais esforços para que essa mudança de paradigma aconteça e possamos alcançar uma transição energética abrangente e sustentável.

Da mesma forma, os autoprodutores de energia devem considerar outras questões essenciais, como a participação em programas de resposta à demanda e integração com a rede inteligente. Essas iniciativas viabilizam garantir uma gestão eficiente da energia de modo que os prosumers contribuam ativamente para equilibrar a oferta e a demanda de energia.

Ao participarem de programas de resposta à demanda, é possível ajustar o consumo de energia conforme necessário, alinhando-o aos padrões de disponibilidade e demanda na rede. Além disso, a conectividade com a rede inteligente facilita a troca de informações em tempo real, permitindo uma gestão mais dinâmica e adaptável da energia produzida e consumida localmente.

Ao passo que essas tecnologias avançam nos setores elétrico e energético, precisamos permanecer atentos às tendências futuras da digitalização na capacitação dos prosumers que abrangem diversas áreas-chave. A inteligência artificial (IA), por exemplo, pode prever com precisão a demanda e a geração de energia.

Por sua vez, a análise de dados identifica padrões e oportunidades de melhoria, enquanto as plataformas de engajamento facilitam a colaboração com as redes elétricas. Ainda é esperada uma descentralização e diversificação do mercado de energia.

*Leandro Bertoni é vice-presidente da divisão de Power Systems para a América do Sul na Schneider Electric.

Gustavo Fritz (gustavo.fritz@rpmacomunicacao.com.br)

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