Montadoras estudam reciclagem de veículos usados
Automotive Business -
Proposta que está sendo avaliada junto com o governo proporcionaria redução do imposto em unidades novas produzidas
A regulamentação do Programa Mobilidade Verde(Mover) está em andamento em Brasília (DF), e uma das regras discutidas entre governo e empresas do setor automotivo trata da retirada da circulação de veículos usados para reciclagem por parte das montadoras em troca de redução na tributação de modelos zero quilômetro.
Segundo apurou a reportagem com interlocutores da indústria a par da discussão, há uma proposta das fabricantes sendo avaliada no momento: para cada unidade de veículo usado retirada de circulação, a montadora terá desconto de 2,5 pontos porcentuais do IPI, o Imposto sobre Produtos Industrializados, em cinco unidades novas que sejam do mesmo porte e segmento do usado.
Enquanto a proposta é discutida, as empresas avaliam a contratação de empresas para realizar esse processo de coleta e de reciclagem de veículos usados, uma vez que não têm este tipo de atividade em seu rol industrial no país.
"Não se trata apenas de retirar o veículo velho de circulação, mas dar o destino certo aos seus materiais. Separar metais, plásticos, fluidos e destiná-los para a reutilização", contou a fonte à reportagem da Automotive Business.
Conceito de emissões avançou com Mover
A reciclagem veicular é uma das novidades do Mover, que é uma espécie de segunda fase da política industrial anterior, o Rota 2030. Além dela, o conceito de emissões avaliando o ciclo do veículo do poço à roda também se mostra como ponto forte da legislação.
O Mover também incentivará projetos que proporcionem eficiência energética aos veículos novos produzidos no país.
Até o momento, o programa impulsionou investimentos de R$ 130 bilhões e mais 6% na indústria de autopeças, o que deve gerar aportes de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões nesse setor, segundo cálculos do governo federal.
O programa prevê um total de R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028, que podem ser usados pelas empresas para abatimento de impostos federais em contrapartida a investimentos realizados em P&D e em novos projetos de produção.