Óleo verde e amarelo entra de vez na mira dos Estados Unidos na produção de biodiesel

Estão aproveitando nosso óleo vegetal usado como matéria-prima para produção de biocombustíveis, incluindo para o setor de aviação


Aquele óleo que você usou para fritar batata frita semana passada já está com passaporte garantido para os EUA. O mesmo óleo de cozinha, que muitos insistem em jogar pelo ralo, vai abastecer o setor de biocombustível de um dos países que mais consomem combustíveis no planeta.

Conhecido como Used Cooking Oil (UCO), o óleo verde e amarelo entra de vez na mira do Tio Sam na produção de biodiesel graças à aprovação do Certificado Sanitário Internacional Vegetal (CSIV), documento oficial que possibilita essa exportação. No entanto, para conseguir exportar o óleo, será necessário que o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), emita certificados de rastreabilidade, identidade e origem do óleo de cada interessado em exportar.

Para Vitor Dalcin, diretor da Ambiental Santos, o Brasil, mais do que nunca, precisa parar de "jogar dinheiro pelo ralo" com essa abertura e aumentar o volume de óleo vegetal reciclado.

“Estão aproveitando nosso óleo vegetal usado como matéria-prima para produção de biocombustíveis, incluindo para o setor de aviação, que é um dos mais poluentes em termos de queima de combustíveis. Mas não basta apenas enviar o produto: todas as empresas brasileiras que desejarem entrar nesse ciclo precisam entrar em contato com o Mapa e seguir as orientações de procedimentos que alinhem o óleo vegetal com as exigências americanas,” explica Vitor.

Exportações dos EUA já estavam aquecidas

O recente interesse dos EUA pelo produto ganhou força nos últimos meses, principalmente na busca por alternativas menos poluentes. Desde 2023, os EUA já importaram mais de 1,4 milhão de toneladas métricas de UCO de vários países - e com isso já produziram 2,27 bilhões de litros de biocombustíveis. O valor das importações foi de US$1,66 bilhão com óleo usado vindo da China, a maior fornecedora, seguido por Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Chile.

“O Brasil tem condições de se posicionar como um grande fornecedor com a nova medida e aumentar a boa relação que já construímos pelo agronegócio, que ultrapassaram US$9,82 bilhões em 2023. Quando o óleo usado começar sua saga até a América do Norte, vai consolidar os EUA como nosso segundo maior parceiro comercial. É o momento que usinas, condomínios, restaurantes e empresas que reciclam óleo vegetal precisam unir seus esforços e aumentar o ciclo do óleo usado” completa Vitor.

Ambiental Santos (sistemas@comuniquese5.com.br)    

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