ZF traça metas de crescimento para os próximos cinco anos

Companhia já aplicou R$ 18 milhões em armazém de Itu (SP) e pretende fazer novo aporte para otimizar automação


Ana Paula Machado

O braço de aftermarket da ZF está de olho na melhora dessa seara na América do Sul. A companhia traçou metas de crescimento para os próximos cinco anos que são até cinco vezes mais ambiciosas que a evolução do mercado. O diretor da companhia para a região, Reynaldo Contreira, disse que a empresa trabalha para um aumento de 10% ao ano. Para ele, o mercado deve evoluir de 2% a 3% no mesmo período. 

Para isso, segundo o executivo, a companhia quer capturar novos clientes e lançar produtos para o segmento. Por ano, a ZF Aftermarket coloca no mercado mais de 1.000 itens. “Se o mercado crescer, tenho que crescer bem mais. Esse é o pensamento para conquistarmos mais participação nas vendas totais na região”, afirmou Contreira. 

Atualmente, a ZF detém seis marcas para o mercado de reposição: ZF, Sachs, Lemforder, TRW, Varga e Wabco. Para realizar a logística dessa operação, a companhia mantém cinco centros de distribuição na América do Sul, sendo um na Colômbia, dois na Argentina e dois no Brasil - Itu e Campinas (SP). 

ZF quer investir ainda mais em aftermarket no Brasil

“Em 2025, para sustentar esse crescimento, devemos investir mais do que os R$ 18 milhões aplicados em dois anos. Já estamos negociando com a matriz o valor”, disse o executivo. 

O centro de Itu é o maior da companhia e movimenta 120 toneladas de peças por dia. E foi lá que a ZF investiu nos últimos dois anos cerca de R$ 18 milhões na automação da operação e em nova linha de envasamento. 

Parte desses recursos, R$ 6,8 milhões, foram usados na instalação de uma nova esteira seletora, 100% automatizada, que pode separar os pedidos de até 24 clientes simultaneamente. O ganho de produtividade, segundo Bruno Silva, gerente sênior de operações da ZF Aftermarket, é de 30% ao ano. 

No CD de Itu a companhia movimenta 40 linhas de produtos divididos em 15 mil itens ativos. Além disso, lá, a ZF tem 18 mil posições de estoque. “Essa tecnologia foi implantada em abril e ainda estamos na fase de conhecimento. A nossa expectativa é de que o equipamento esteja em operação plena já no próximo ano”, disse Silva. “Ela proporciona uma melhoria significativa na velocidade e precisão do processo de distribuição de peças”, completou.

A companhia já prepara um novo investimento para o CD, que pode ser até uma ampliação da área de 20 mil metros quadrados, para abrigar a operação do armazém da Wabco, que ainda está em Campinas. 

“Temos espaço para isso. Ainda estamos na fase de estudos, mas faz mais sentido concentrarmos essa distribuição neste local. Não fizemos ainda porque esbarramos na integração dos sistemas das companhias globalmente”, disse Contreira, acrescentando que o centro de Campinas representa 10% da operação do centro de Itu. 

Outra frente que a ZF Aftermarket está tocando é a de novos produtos. Em 2024, a companhia começou a operar uma linha de envasamento de fluidos de freios no local. Foram aplicados R$ 7 milhões dos investimentos anunciados. 

Com a nova linha, 100% automatizada, a ZF estará preparada para aumentar a oferta do produto em toda a América do Sul para mais de dois milhões de frascos/mês; ou seja, um aumento de 40%. 

“Teremos capacidade para envasar 12 milhões de frascos por ano, somente em julho, pouco tempo depois da operação, conseguimos produzir 1,05 milhão de frascos em dois turnos de produção”, ressaltou Silva.

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