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CEO do Grupo Daimler tem uma série de desafios que o peso da posição corporativa demanda

Dona da Mercedes-Benz definirá prioridades para direcionar próximo fluxo de aportes em cenário de múltiplas opções de motores


Bruno de Oliveira

Prestes a assumir o cargo máximo de CEO do Grupo Daimler em outubro, Karin Radström tem uma série de desafios que o peso da posição corporativa demanda.

A principal delas talvez seja direcionar com precisão os recursos futuros para financiar o desenvolvimento de novas tecnologias de propulsão nas empresas subsidiárias.

Isso se tornou algo muito estratégico um vez que o mercado global de caminhões se dividiu em diversos fragmentos quando o assunto versa sobre qual ou quais serão os motores do futuro. Enquanto a Ásia apontou sem hesitar para modelos a bateria, Europa e Estados Unidos consideram outras possibilidades. Assim como o Brasil.

Posto isso, um cenário de dúvidas surge a respeito de quais serão os critérios que o grupo alemão adotará para definir para onde vão os investimentos e em qual quantidade.

Segundo a futura CEO, o Grupo Daimler vem de uma série de investimentos para criar o que seria uma primeira geração de elétricos para Europa e Estados Unidos. Demandas de outras regiões, contudo, consumirão ainda mais recursos considerando que o setor automotivo exige mudanças mais rápidas impostas pela descarbonização.

"É diferente do que acontecia há 20 anos, quando investíamos em novas gerações de motores diesel. Hoje as frentes são variadas, e temos de definir as nossas prioridades em termos de investimentos", disse Karin na segunda-feira, 16, durante a feira IAA Transportation, realizada em Hannover, na Alemanha.

Daimler está saudável para novos investimentos

A executiva não listou quais seriam essas prioridades no momento, mas afirmou que motores de combustão ainda serão uma realidade na oferta do grupo durante algum tempo. Em paralelo, seguiu a CEO, a empresa seguirá pesquisando a respeito de motores que utilizam novos combustíveis, como é o caso do hidrogênio.

Ela confirmou, ainda, que o grupo que está prestes a liderar dentro de um mês está no momento saudável financeiramente para seguir investindo nesse leque de possibilidades de motores de baixa emissão. Uma boa notícias para uma empresa que tem 50% do seu faturamento oriundo de negócios fechados fora da Europa.

Apesar dessa aposta em diversas frentes, o Grupo Daimler tem claro que o futuro dos caminhões mora nos modelos equipados com um motor elétrico abastecido pela energia de uma bateria.

De forma que esses modelos estão hoje sendo introduzidos na oferta das suas subsidiárias - da asiática Fuso, que tem um caminhão leve elétrico para distribuição urbana, até a Mercedes-Benz, com a chegada do eActros 600, na Europa, e possivelmente um modelo elétrico no Brasil.

Obviamente os detalhes sobre este modelo estão ocultos atrás do biombo corporativo, o que é compreensivo considerando a iminência da Fenatran, que é o principal salão de veículos comerciais da América Latin, que será realizado em São Paulo (SP) em novembro. Não há palco melhor para um anúncio desse porte.

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