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Setor industrial contribui significativamente para a riqueza global

Diversas estratégias de descarbonização industrial podem ser aplicadas nesse contexto, como a implementação de eficiência energética, eletrificação


por Alexandre Serain, Gerente de Marketing da Mitsubishi Electric Brasil

O setor industrial contribui significativamente para a riqueza global, gerando cerca de um quarto do PIB e empregos mundiais, além de produzir bens essenciais ao nosso dia a dia. No entanto, é também o maior responsável pelas emissões de gases estufa, enfrentando o desafio da descarbonização, conforme analistas da McKinsey.

Diversas estratégias de descarbonização industrial podem ser aplicadas nesse contexto, como a implementação de eficiência energética, eletrificação, uso de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono. O Fórum Econômico Mundial afirma que melhorar a eficiência energética dos processos é uma estratégia chave globalmente para a descarbonização industrial e a redução rápida das emissões.

No Brasil, a eficiência energética também se destaca como um pilar fundamental na agenda de descarbonização industrial. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, a indústria brasileira é responsável por cerca de 35% do consumo total de energia do país.

Iniciativas como o Plano Nacional de Energia 2050 preveem que a melhoria da eficiência energética poderá resultar em uma economia de energia de aproximadamente 10% até 2030, contribuindo significativamente para a redução de emissões de CO2.

O Brasil também possui um potencial significativo para a eletrificação da indústria, especialmente através da ampliação do uso de energias renováveis, como a solar e a eólica. Projetos de micro e minigeração distribuída têm se espalhado pelo país, permitindo que indústrias de diferentes portes se beneficiem de uma matriz energética mais limpa e sustentável.

Outra área promissora é a captura e utilização de carbono (CCU), que está começando a ganhar tração no Brasil. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, como os promovidos pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo, estão explorando tecnologias inovadoras para capturar CO2 e convertê-lo em produtos úteis, como combustíveis sintéticos e produtos químicos.

Essas iniciativas, combinadas com políticas públicas e incentivos econômicos, podem posicionar o Brasil como um líder na transição para uma indústria mais sustentável e eficiente em termos energéticos.

Abordagem deve incluir todo o ciclo de produção

Os esforços de descarbonização exigem abordagens estratégicas de gestão de energia para otimizar o desempenho dos processos industriais, adotando soluções de manufatura inteligente e automação, com a entrega de dados usados para análises avançadas visando reduzir a intensidade energética nas operações.

E esses esforços devem ir além do chão de fábrica, com a colaboração sistêmica entre todos os elos da cadeia de suprimentos, desde a produção das matérias-primas até o produto final, indicam os analistas do Fórum Econômico Mundial.

O setor industrial é complexo e diversificado – e a implementação de medidas de eficiência energética pode ser diferente para cada indústria ou processo, mas soluções de automação industrial para monitoração de energia, como multimedidores para gerenciamento, e dispositivos que facilitam a medição, coleta e análise de dados de consumo, estão prontas para serem implementadas em todas as linhas de produção, otimizando as estratégias de descarbonização, ao mesmo tempo em que aumentam a competitividade e promovem o crescimento sustentável.

E a inclusão de sistemas de automação industrial que geram maior eficiência energética pode fazer parte de um processo de atualização de plantas industriais.

Para os analistas da McKinsey, as empresas que reduzem custos e emissões simultaneamente podem ampliar o seu market share e financiar novos esforços de descarbonização por meio do dinheiro adicional gerado.

Os ganhos no curto prazo de eficiência energética e das reduções de emissões decorrentes de retrofits devem ser equilibrados com a adoção de novas tecnologias de descarbonização no longo prazo – especialmente no caso de instalações industriais com longa vida útil, como as siderúrgicas, que podem incluir o uso de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono.

Mas a maior parte das emissões industriais de gases de efeito estufa está associada à utilização de energia. É por isso que a eficiência energética deve ser o primeiro passo para a descarbonização industrial.

Ricardo Ueno (sistemas@pr.comuniquese1.com.br)    

 

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