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Eve Air Mobility anuncia que deverá realizar seu primeiro voo de eVTOL no Brasil em 2025

Com financiamento do BNDES, subsidiária da Embraer vai construir fábrica para produzir 480 aeronaves por ano


Victor Bianchin, AB

A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer fundada em 2020, anunciou que deverá realizar seu primeiro voo de eVTOL (chamado popularmente de carro voador) no Brasil em 2025.

A empresa, que lançou seu primeiro protótipo em julho deste ano, afirma ter o maior backlog do setor, com cartas de intenção (LOI) para 2.900 eVTOLs de 30 clientes em 13 países, o que representa um potencial de US$ 14,5 bilhões em receita. 

O anúncio ocorre logo após o BNDES divulgar à imprensa que vai investir R$ 500 milhões na empresa para que ela construa uma fábrica de carros voadores em Taubaté (SP). Segundo o banco, a decisão em apoiar a empreitada ocorre após a “parceria bem-sucedida” que resultou, em 2022, em uma linha de crédito de R$ 490 milhões para que a companhia desenvolvesse seu modelo.

A Eve irá construir a nova fábrica em quatro fases, sendo que, em cada uma, será adicionada uma capacidade de produção de 120 unidades. O objetivo é conseguir produzir 480 aeronaves por ano.

Para efeito de comparação, a norte-americana Archer Aviation atualmente constrói o que será a maior fábrica de eVTOLS do mundo em Covington, no estado da Geórgia - quando ficar pronta, produzirá até 650 aeronaves por ano.

Como é o primeiro carro voador do Brasil

O Eve 100, veículo protótipo da empresa, é construído com fibra de carbono e alumínio, tem 1,7 metro de altura, 10,3 metros de profundidade e 15,2 metros de envergadura. Será capaz de carregar cinco pessoas, sendo um piloto e quatro passageiros, e de levar 490 litros de bagagem. Ele utilizará oito hélices para voar a até 3 mil metros de altura e terá autonomia de 100 km.

“O financiamento reforça o compromisso do governo do presidente Lula de apoiar projetos inovadores da indústria brasileira, como a mobilidade aérea, que utiliza alta intensidade tecnológica”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do Banco, em comunicado oficial.

“Este financiamento será fundamental para a instalação de nossa unidade de produção de eVTOL, que não apenas será a primeira do gênero no Brasil, mas também será alimentada por energia limpa e renovável, alinhada ao nosso compromisso com a sustentabilidade”, declarou Johann Bordais, CEO da Eve.

Atualmente, na fase pré-lançamento, a Eve opera no prejuízo. A empresa registrou perda de R$ 36,4 milhões no segundo trimestre deste ano, segundo dados divulgados pela sua assessoria. O desempenho é considerado normal para a companhia, que diz não esperar lucros durante a fase de desenvolvimento.

No Brasil, além do Eve 100, outros dois projetos de carro voador esperam certificação, um inglês e um alemão, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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