Filtro ecológico residencial que detecta e retira microplásticos da água

Projeto B.A.R.B.I.E fica entre os top quatro na área de Biorremediação do iGEM, maior competição global em biologia sintética


Em sua primeira participação no maior concurso internacional de biologia sintética, pesquisadores do CNPEM ganharam medalha de ouro, reforçando a excelência brasileira em pesquisas na fronteira do conhecimento. O projeto B.A.R.B.I.E. — que detecta e retira microplásticos de filtros domésticos — ficou entre os top 4 melhores estudos na categoria de Biorremediação do iGEM, competição global criada em 2003 pelo Massachusetts Institute of Technology. Milhares de universidades, pesquisadores e estudantes de todo o mundo participaram do evento.

Para garantir a conquista, cientistas do CNPEM tiveram o apoio de estagiários, de estudantes de pós-graduação e de alunos da Ilum Escola de Ciência, mantida pelo próprio Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. Eles desenvolveram um filtro ecológico doméstico para detectar e eliminar microplásticos, além de detritos menores que cinco milímetros que são grandes poluentes das águas. O nome BARBIE vem da sigla em inglês: Bioengineered Aquatic Pollutants Removal and Biosensing through Integrated Eco-filter (Remoção de Poluentes Aquáticos por Bioengenharia e Biossensorização por meio de filtro Ecológico Integrado).

“Foi muito gratificante poder constatar que o Brasil está competindo de igual para igual com as universidades mais conceituadas e conhecidas do mundo”, comenta Gabriela Persinoti, pesquisadora do CNPEM responsável pelo projeto. A competição é promovida anualmente pela Fundação iGEM e tem como objetivo desafiar equipes multidisciplinares a encontrar soluções inovadoras para problemas locais, ambientais e sociais.

A conquista de uma medalha de ouro na competição, realizada em Paris entre os dias 23 e 26 de outubro, foi mais um marco no projeto B.A.R.B.I.E. que nasceu no início de 2023, vencendo a competição latino-americana iGEM Design League no final daquele ano. Na oportunidade, o time CNPEM.Brazil fez o desenho de uma solução inovadora para detectar e remover microplásticos de estações de tratamento de água. Em 2024, a equipe mudou o foco, passando a se concentrar em filtros domésticos na etapa prática e experimental do projeto.

O projeto B.A.R.B.I.E. 4.0, que se propõe a combater microplásticos em filtros residenciais, consiste em um eco-filtro. Ele é composto por uma matriz biológica, que se utiliza da principal proteína presente na teia de aranhas. Essa matriz é acoplada a proteínas de ligação ao plástico e a um biossensor que detecta microplásticos e nanoplásticos na água. O CNPEM já depositou uma patente para proteger a invenção da proteína BARBIE1, aplicada tanto no biossensor quanto no Eco-filtro.

Depois da medalha de ouro, o time CNPEM.Brazil traça os próximos passos para o desenvolvimento dos filtros ecológicos. “Nós temos agora que finalizar os nossos artigos, porque temos resultados muito interessantes e promissores para publicação, além da construção dos nossos protótipos”, afirma Persinoti.

Ilum Escola de Ciência (adrianaalmeida@corcovadoestrategica.com.br)    

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