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BYD vê suas receitas aumentarem no terceiro trimestre de 2024

Bom momento da chinesa contrasta com dificuldades vividas por Ford, VW e Stellantis


Vitor Matsubara

BYD viu suas receitas aumentarem no terceiro trimestre de 2024. A fabricante chinesa teve aumento de 11,5% em sua receita líquida, com US$ 1,6 bilhão no período de julho a setembro deste ano. O bom desempenho financeiro se repete no acumulado de 2024: aumento de 18,1% frente ao mesmo período do ano passado. A situação da gigante chinesa ganha ainda mais destaque diante do momento delicado enfrentado pela concorrência.

Pressionada pelos resultados ruins em mercados importantes, a Volkswagen teve novo revés com a queda nas receitas no mesmo período. O lucro no terceiro trimestre despencou 42%, com o menor índice em três anos.

Já a queda de 2% no ROI (retorno sobre Investimento) acendeu o sinal amarelo na alta cúpula da empresa.

“Isso destaca a necessidade urgente de reduções de custo significativas e ganhos em eficiência na operação”, alertou Arno Antlitz, diretor financeiro do Grupo Volkswagen.

Queda nas receitas pode forçar medidas drásticas na VW

Com isso, a VW vai tomar uma série de medidas na tentativa de se recuperar. Vale lembrar que, nesta semana, a fabricante admitiu a possibilidade de fechar até três fábricas e demitir centenas de milhares de pessoas na Alemanha.

Apesar disso, nem tudo está perdido para a montadora alemã: o número de veículos encomendados na Europa Ocidental apresentou crescimento no período de julho a setembro, o que pode ajudar nos resultados do ano.

Ford é cobrada por acionistas

Quem também passa por um momento crítico é a Ford. Suas ações apresentaram queda recente de 8%, muito por conta do insucesso da empresa em elaborar uma estratégia comercial frente aos acontecimentos recentes da indústria.

Jim Farley, CEO da Ford, admitiu que a marca enfrentou problemas com qualidade e garantia de seus produtos, além de uma relação turbulenta com alguns fornecedores.

No ano, as ações da empresa acumulam queda de 13%, número bastante ruim, sobretudo diante da valorização de 43% das ações da rival General Motors.

“A maior oportunidade para a companhia claramente está no custo e garantia. Estou orgulhoso do progresso que conseguimos, mas ainda não estamos satisfeitos”, disse.

A queda na demanda por carros elétricos atrapalhou os planos da marca (e de várias rivais), forçando a empresa a mudar sua estratégia comercial para se concentrar nos carros híbridos antes dos elétricos.

Com a falta de resultados positivos nos últimos meses, cresce também a cobrança dos investidores, que já desconfiam da capacidade da montadora em lidar com as demandas do mercado e a concorrência vinda de marcas novatas, como as chinesas.

Receitas da Stellantis caem quase 30%

Já a Stellantis teve queda de expressivos 27% em sua receita no trimestre. Apesar disso, o resultado foi um pouco acima do esperado, já que as ações tiveram valorização de 1,2%. 

“As reduções no volume de estoques nos Estados Unidos estão ocorrendo em um ritmo mais rápido do que imaginávamos”, garantiu Doug Ostermann, novo diretor financeiro da Stellantis, à agência “Automotive News”.

A estimativa é que, de junho a outubro, o volume de veículos em estoque nos EUA tenha sido reduzido em 80 mil unidades.

Novas previsões não mudam meta para o ano

Assim como as rivais, a Stellantis enfrenta problemas pela queda na demanda por carros elétricos e o aumento da competitividade por conta da ascensão das marcas chinesas. 

Após estimar uma queda em seu EBIT (lucros antes de juros e taxas) no primeiro semestre de 2024, a empresa afirmou que a margem de lucro operacional deve ficar em torno de 5,5% a 7% - ou seja, abaixo da estimativa inicial de dois dígitos.

No trimestre, a Stellantis teve receita de € 33 bilhões, mais do que os € 31,1 bilhões apontados pelos especialistas ouvidos pela “Reuters”. O que não muda, de acordo com a montadora, é o plano de lançar aproximadamente 20 novos modelos até o fim do ano.

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