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Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus discute sobre o próximo ciclo de investimentos da empresa no Brasil

Presidente da empresa para a região, Achim Puchert, revela também a intenção de fazer a “lição de casa” em relação aos biocombustíveis


Giovanna Riato

Nesse momento, nas salas de reunião da alta cúpula Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus, uma das grandes discussões é acerca do próximo ciclo de investimentos da empresa no Brasil. E o aporte que vai dar fôlego a estratégia local da marca até 2030 tem a missão de contemplar o desenvolvimento e a oferta local de caminhões a hidrogênio.

É o que conta Achim Puchert, presidente da companhia para o país, que participou de bate-papo com um grupo de jornalistas na terça-feira, 5, para falar dos planos da organização e da Fenatran – salão de caminhões que acontece até 8 de novembro. “Um dos pilares desse novo ciclo de investimentos será a tecnologia de emissões zero. E aqui, claramente, estamos considerando veículos elétricos a bateria, mas também elétricos a hidrogênio”, revela.

Mercedes-Benz fará a "lição de casa" em biocombustíveis

Além disso, o executivo disse que a empresa quer “fazer a lição de casa” em relação aos biocombustíveis, área em que tem sido conservadora em relação às concorrentes do mercado de caminhões. Segundo Puchert, essa será outra frente contemplada pelo novo investimento: os veículos a combustão com diesel fóssil, mas também com o combustível de fonte renovável.

O terceiro pilar será o de serviços, com a abertura de novos modelos de negócio com base nos veículos elétricos. E os primeiros testes dessa jornada já começaram. Na Fenatran, a empresa apresentou seus dois primeiros caminhões elétricos, o eActros e o eCanter, que terção 15 unidades em circulação na operação de empresas como Coca-Cola e Ypê. “Queremos desenhar o modelo de negócio para veículos elétricos em parceria com os clientes, não simplesmente colocar a tecnologia no mercado”, diz Jefferson Ferrarez, vice-presidente de vendas, marketing e serviços baminhões da Mercedes-Benz do Brasil.

Em paralelo a tudo isso, o presidente da companhia reforça a necessidade de investir em treinamento e formação das equipes para que as pessoas acompanhem, afinal, a chegada das novas tecnologias.

Entre 2018 e 2022, a Mercedes-Benz concluiu plano de investimentos de R$ 2,4 bilhões. Do pacote, R$ 1,4 bilhão foi destinado ao projeto e lançamento do extrapesado Actros. O restante foi distribuído entre renovações de produtos, lançamentos e na instalação de linhas de montagem 4.0 para caminhões, ônibus e motores.

Otimismo com o mercado brasileiro de caminhões

Em 2022, quando o investimento anterior foi concluído, Puchert avisou que a empresa levaria algum tempo para avaliar o próximo ciclo. Naquela época, o mercado local de caminhões vivia certa instabilidade, com a economia patinando, transição política e ainda a ressaca deixada pela pandemia. O cenário é diferente agora, garante o executivo.

“O Brasil é um dos nossos maiores mercados globais da Daimler e, nesse momento, o cenário é promissor com o fortalecimento da construção civil, o mercado agrícola robusto e o consumo aquecido”, diz. Até mesmo a flutuação do câmbio, que o executivo admite seer perigosa, não compromete essa visão otimista.

A expectativa é que as vendas de caminhões terminem 2024 com crescimento de 15% sobre o ano passado. Para 2025, Puchert entende que os negócios devem permanecer, no mínimo, nesse patamar ou apresentar algum crescimento.

Sem dar muitos detalhes, ele diz que o nível de ocupação da capacidade instalada da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, está bastante saudável, com operação em dois turnos. 

A própria Fenatran deve ajudar a garantir que o mercado absorva os volumes que saem dali. “Estamos trazendo dois mil clientes do Brasil e da América Latina para nos visitar na feira”, conta Jefferson Ferrarez.

Com tanto público, a empresa espera fechar o ano dentro do patamar esperado e, ainda, garantir bons pedidos para o começo de 2025. O fim do ano, pelo jeito, vai ser de comemorações.

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