Gigantes do etanol querem hub de tecnologia

Uso de biotecnologia e diversificação entram na pauta


O anúncio do plano do governo federal de aumentar os índices mínimos e máximos de etanol nos combustíveis já leva o setor a pensar no uso de novas tecnologias para o aumento de produtividade. Aprovado no último mês, o plano “combustíveis do futuro” deve exigir R$ 130 bilhões em investimentos, de acordo com a Unica.

Parte deste recurso precisará ser investido em ganhos de produtividade. Um dos mecanismos encontrados pelo setor é o compartilhamento de informações e tecnologia entre empresas. Gigantes como a Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS), Raízen, Braskem, BP Bioenergy, Cerradinho Bio, Tereos, São Martinho, Inpasa e Atvos vão se reunir para trocar informações sobre como utilizar a biotecnologia para atingir máxima performance e ir além de etanol .

A LBDS, multinacional canadense e maior empresa do mundo no setor de biotecnologia de enzimas e leveduras, é quem coordena o encontro. A empresa, por exemplo, vai disponibilizar experts técnicos e cientistas para apresentar avanços na aplicação de soluções biotecnológicas e com este tipo de investimento pode aumentar tanto a produtividade quanto a lucratividade das biorrefinarias Brasileiras, e contribuir com a redução das emissões do setor.

Estudos da multinacional mostram que a diminuição do desperdício de substratos e a maior conversão da matéria-prima pelas soluções biotecnológicas, é um dos mecanismos mais importantes para se atingir sustentabilidade com lucratividade na produção de biocombustíveis. 

A empresa estima que o uso de leveduras biotecnológicas, por exemplo, pode aumentar as receitas do setor em mais de R$ 1 bilhão, aumentar o volume da produção de etanol entre 2-6% e até mesmo reduzir 25% as emissões. Além disso, o uso de leveduras de alta performance também é fundamental no desenvolvimento de etanol 2G, produzido a partir de biomassa.  

A Raízen, inclusive, anunciou recentemente uma parceria para a implantação de uma biorrefinaria a partir de Lignina, um tipo de polímero encontrado por exemplo no bagaço da cana. O desenvolvimento de tecnologias avançadas de fermentação será fundamental para viabilização do projeto, uma vez que a conversão do bagaço da cana em etanol não é possível sem o uso de enzimas e leveduras biotecnológicas.  

“A utilização de biotecnologia no processo de fermentação aumenta exponencialmente os ganhos das biorrefinarias e reduz as emissões. Queremos formar um hub de empresas no Brasil que avancem na discussão de tecnologias que acelerem o aumento da produtividade dos biocombustíveis e bioquímicos sustentáveis”, afirma Fernanda Firmino, gestora de negócios da LBDS, no Brasil.

A ideia do encontro, a “Biofuels Academy Brasil (BFA), é reunir especialistas de biorrefinarias de milho, cana-de-açúcar e etanol de segunda geração para tratar da otimização de processos fermentativos, controle de contaminação, produção de etanol 2G, maximização do rendimento e diversificação para as biorrefinarias irem além de etanol. O encontro, considerado o maior do tipo na área de biocombustíveis, será em Campinas (SP), nos dias 4 e 5 de dezembro.

Corporate Relações Públicas (sistemas@mailingimprensa.com.br)    

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