Nova diretoria do Sindenergia para o triênio 2025/2027 toma posse
Infraroi -
Carlos Coelho Garcia assume presidência com foco em destravar o potencial energético e defende PCHs e energia de qualidade para impulsionar a indústria
A nova diretoria do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia) para o triênio 2025/2027 tomou posse na noite de quinta-feira (28/11), em solenidade realizada na Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), em Cuiabá. Durante o discurso de posse, o novo presidente do Sindenergia/MT, Carlos Coelho Garcia, diz que já propôs à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um modelo de setor elétrico que considere as especificidades de cada região.
Para ele, Mato Grosso cresce muito acima da média nacional e é do tamanho de um País, mas a infraestrutura elétrica no modelo atual não consegue acompanhar o desenvolvimento do estado. “Isso afeta diretamente o crescimento da indústria mato-grossense. Encontrar uma solução para este problema é um desafio da nossa gestão.”
Ele também chamou a atenção para o alto custo das térmicas, que são acionadas devido a diminuição de oferta de energia proveniente de hidrelétricas nos últimos anos. O custo da energia termelétrica custa para o sistema mais que o dobro da energia das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), segundo Garcia, e diminui a competitividade da indústria. “Precisamos de um modelo que priorize as fontes mais baratas e eficientes como as hidrelétricas a fim de diminuir o custo da energia e aumentar a nossa competitividade.”
Estado tem potencial hidrelétrico, diz presidente do Sindenergia/MT
Em seu discurso, o presidente do sindicato destacou ainda o papel estratégico do setor elétrico brasileiro, que possui a matriz energética mais limpa do planeta, com mais de 80% da geração proveniente de fontes renováveis, sendo a hidráulica responsável por cerca de 65%. Apesar do cenário nacional favorável, Mato Grosso, com um dos maiores potenciais hidrelétricos do país, ainda explora apenas 10% desse recurso.
“Somos um estado com vocação natural para as hidrelétricas. Temos condições geográficas únicas, como o Aquífero Guarani e rochas que favorecem a retenção hídrica, possibilitando a construção das usinas eficientes. No entanto, enfrentamos desafios impostos por um modelo ultrapassado do setor elétrico, que não aproveita suas potencialidades para impulsionar nosso desenvolvimento”, afirmou Garcia.
O presidente do Sindenergia enfatizou que as PCHs podem ser protagonistas na geração de energia limpa e na criação de empregos em Mato Grosso, mas são subutilizadas devido à ausência de políticas públicas que favoreçam o seu desenvolvimento.
“Precisamos de um novo modelo para o setor elétrico, que valorize os atributos de cada fonte e extraia delas o melhor. Não pregamos o desaparecimento das térmicas, mas defendemos a harmonização de todas as fontes disponíveis, com políticas públicas que promovam o armazenamento de energia, por fonte hídrica ou solar, e a valorização da cadeia produtiva nacional”, declarou Garcia.