Emissão global recorde de gases de efeito estufa é destaque em Pesquisa FAPESP

Foram 57,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2023, segundo relatório do Pnuma apresentado na edição de dezembro;


As emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) bateram novo recorde em 2023, destaca a reportagem de capa de Pesquisa FAPESP em dezembro. Segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), foram emitidos 57,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) no ano passado – 1,3% a mais que em 2022. A taxa de crescimento foi superior à da década passada (de 2010 a 2019), quando as emissões anuais subiram, em média, 0,8%. A alta ocorreu em quatro dos cinco grandes setores que produzem GEE: energia, processos industriais, agropecuária e tratamento de resíduos. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, se não for revertida a tendência atual, não há possibili¬dade de limitar o aquecimento global a 1,5°C, meta estabelecida em 2015 pelo Acordo de Paris, e a temperatura planetária deverá subir entre 2,5°C e 3°C até o fim do século. Esse nível de aquecimento é considerado catastrófico, com um altíssimo custo de vidas humanas e prejuízos econômicos.

Ao contrário de boa parte do planeta, o Brasil reduziu de forma significativa a produção de GEE no ano passado. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg), o país liberou para a atmosfera em 2023 2,6 bilhões de toneladas brutas (sem incluir as remoções) de CO2eq, 12% a menos do que em 2022. Foi a maior queda dos últimos 15 anos. A categoria que teve maior peso nas emissões foi a de mudanças no uso da terra (46%), historicamente a líder no país. A seguir vieram agropecuária (28%), energia (18%), tratamento de resíduos (4%) e processos industriais (4%).

Ainda na seara das mudanças climáticas, a edição traz dados de um estudo que mostrou que 25 dos 35 sinais vitais da Terra estão em níveis recordes de deterioração, com tendência a piorar nos próximos anos. Entram na conta fatores como a concentração de GEE na atmosfera, a temperatura média da superfície do planeta, a acidez dos oceanos e a espessura das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida, entre outros.

entrevistado do mês é o agrônomo Ruy Caldas, referência em estudos sobre bioquímica vegetal no país e um gestor de ciência, tecnologia e inovação com passagem pelo governo, por universidades públicas e privadas e uma empresa de pesquisa.

Outros temas em destaque este mês são: demência atinge brancos e negros de modo desigual; Brasil cria rede de telescópios para monitorar lixo espacial; experimentos indicam estratégias para revitalizar a Caatinga; pesquisadores, indígenas e ribeirinhos medem impactos da usina de Belo Monte; e por que a endometriose causa dor.

Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente em: https://mailchi.mp/fapesp/o-sufoco-do-planeta.

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