Edifícios carbono zero: estratégias e tecnologias para transformar ambição em ação

Conheça as lições da empresa mais sustentável do mundo para integrar estratégia e tecnologia na prática


Em meio a um cenário marcado por crises ambientais extremas, como queimadas, secas e alagamentos, aumentam as evidências de que precisamos agir rapidamente para reverter as mudanças do clima. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta para a necessidade de limitar o aquecimento global causado pelo homem a 1,5°C ou correr o risco de impactos planetários catastróficos. Por isso, nunca foi tão importante discutir e implementar ações para uma queda imediata e substancial das emissões de gases de efeito estufa.

Trata-se de uma das principais preocupações entre líderes governamentais e grandes corporações, que vêm adotando estratégias para adaptar e impulsionar normas atreladas a temáticas com foco em questões ambientais, sociais e de governança – o famoso ESG. É justamente nesse contexto que surgem expressões como “walk the talk”, amplamente empregadas para enfatizar a relevância de empresas e colaboradores assumirem posturas que traduzam de forma autêntica a cultura organizacional em prol de uma causa genuína e alinhada aos valores sustentáveis.

No quesito sustentabilidade, um exemplo notável é a multinacional francesa Schneider Electric, líder em transformação digital na gestão de energia e automação, eleita recentemente a empresa mais sustentável do mundo pela Time e Statista. Sob o lema “Life is On”, a companhia visa tornar a vida das pessoas mais segura, confiável e sustentável. Dentro desse escopo, os produtos, softwares e serviços desenvolvidos pelo grupo, com a finalidade de poupar energia, já ajudaram a evitar a emissão de 628 milhões de toneladas de carbono para os clientes. Até 2025, a Schneider Electric tem o compromisso global de ajudá-los a evitar 800 milhões de toneladas de emissões de CO2.

Edifícios carbono zero: estratégias e tecnologias para transformar ambição em ação

“Somente juntos podemos mitigar os danos causados pelas mudanças do clima, e é por isso que atuamos como consultores nessa missão de apoiar outras empresas”, diz Patrícia Cavalcanti, diretora de Digital Energy e Power Products na Schneider Electric para a América do Sul. “Já ajudamos milhares de empresas em suas jornadas de descarbonização de operações prediais, abrangendo hotéis, lojas de varejo, hospitais e escritórios.”

O Relatório de Status Global para Edifícios e Construção revela que os edifícios foram responsáveis, em 2022, por 37% das emissões de CO2 em todo o mundo. Segundo Patrícia, embora muitos dos novos edifícios sejam projetados com foco na sustentabilidade, há a oportunidade de reduzir as emissões de carbono no parque imobiliário existente. “Pesquisas indicam que cerca de 50% dos edifícios atualmente em operação ainda estarão em uso em 2050, ano-alvo para a meta de emissões líquidas zero de muitas organizações”, afirma.

Mas, afinal, quais são as etapas para uma empresa atingir zero emissões em seus edifícios?

De acordo com Patrícia, ao iniciar a transição para emissões de carbono zero, é importante estabelecer uma base sólida para os objetivos de sucesso e delinear um plano direcionado a atingir a meta de emissões líquidas zero. “É preciso consolidar dados e calcular a linha de base das emissões de carbono, seja para um único edifício ou para todo o portfólio da empresa”, explica. “Avaliar as tecnologias digitais já presentes nos edifícios pode ajudar a identificar lacunas e informar o desenvolvimento de um roteiro eficaz”, acrescenta.

3 passos para a descarbonização predial

Para a executiva, mensurar as emissões de gases de efeito estufa por volume e tipo é um primeiro passo essencial para identificar as principais fontes e avaliar o desempenho dos ativos. Isso permite uma análise detalhada que direciona decisões estratégicas para aperfeiçoar o portfólio. “Um estudo da Schneider Electric revela que a maioria dos edifícios comerciais consegue retornar investimentos sustentáveis em modernização em até dez anos ou menos,” destaca Patrícia, reforçando o potencial econômico e ambiental de adotar soluções mais eficientes e alinhadas às práticas ESG.

A etapa seguinte é digitalizar e tornar o invisível visível. Com internet das coisas (IoT), big data e inteligência artificial (IA), passa a ser viável integrar dados e sistemas prediais com sistemas de gestão de energia para obter as informações necessárias para decisões mais inteligentes e com maior rapidez. A digitalização possibilita o acesso a insights que ajudam no monitoramento das emissões de carbono e do consumo de energia dos edifícios. Outro benefício de optar por soluções como as oferecidas pela Schneider Electric é poder mapear oportunidades de economia ou aprimoramento operacional.

Por fim, é o momento de transformar a ambição em ação, executando as melhorias identificadas nas fases anteriores. A modernização dos equipamentos de distribuição elétrica mais antigos é uma das maneiras mais eficazes de ampliar a eficiência energética e diminuir as emissões de gases do efeito estufa. A transição para fontes de energia sustentáveis, juntamente com a implementação de sistemas de geração e armazenamento de energia no local, exerce um papel fundamental nesse processo. “Os sistemas de microrredes integrados diretamente às instalações são uma solução estratégica para otimizar o uso de energia gerada localmente a partir de fontes renováveis”, finaliza Patrícia.

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